07/10/2015 - Gabriel Aguiar / Foto: iCarros / Fonte: iCarros
A culpa é do dólar?
Segundo os fabricantes consultados, a culpa recai sobre o câmbio, que tem sofrido com instabilidade do valor do dólar. Ao menos é isso que afirma a Jeep, que anunciou ontem (6) novos preços para os modelos Wrangler e Renegade - o primeiro ficou R$ 10 mil mais caro em todas as versões, enquanto o segundo teve aumento de R$ 5.000 em duas configurações a diesel.
No caso do Renegade, o aumento se deve basicamente a uma questão cambial, pois o motor e a transmissão das versões a diesel, além de boa parte do conteúdo eletrônico, são importados, segundo a assessoria de imprensa da marca no País, que produz o SUV compacto em Goiana (PE).
Entretanto, segundo Ricardo Balistiero, coordenador de administração do Instituto Mauá de Tecnologia, os aumentos se devem à manutenção das margens de lucro por parte das fabricantes. “Daria para dizer que se trata do câmbio, mas a explicação mais provável é que as fabricantes de automóveis queiram manter as margens de lucro e, por isso, repassam este aumento de custo ao consumidor. Outros setores da indústria, por exemplo, ainda não aplicaram este acréscimo aos seus produtos”, explica Balistiero.
Questão de estratégia
A Renault foi outra das fabricantes que anunciaram reajustes de preços em outubro, com aumentos que variam entre R$ 524 e R$ 3.700, dependendo do modelo. Procurada, a marca afirmou que a mudança se deve à “estratégia comercial” adotada pela empresa e que os modelos de maior volume tiveram um aumento de cerca de 5%.
Segundo o coordenador de administração do Instituto Mauá de Tecnologia, os modelos importados ou os topo de linha são mais suscetíveis ao encarecimento. “Os veículos de segmentos mais caros são direcionados a uma parcela de consumidores que não é tão afetada pelo preço”, diz Balistiero.
Preço de tabela = preço real?
De acordo com Joel Leite, diretor da agência AutoInforme, especializada em análises do mercado automotivo, também é preciso levar em consideração a diferença entre o preço anunciado na tabela oficial e aquele praticado pelas concessionárias - que podem dar descontos, ou até mesmo cobrar ágio.
Segundo o especialista, o aumento de preços também está sendo praticado nas lojas. “Ao contrário do que acontecia em outros anos, o preço de mercado, que é aquele praticado nas concessionárias, tem aumentado ultimamente. Isso revela que as fabricantes não estão pensando em abrir mão dos lucros”, afirma Joel Leite.
Por fim, Balistiero ressalta que os reajustes só ocorrem porque as marcas percebem que isso não implica em uma redução na saída de produtos. “As indústrias estão sofrendo com uma diminuição da demanda, mas elas também percebem que o aumento de preço não provoca uma baixa nas vendas”, aponta o coordenador de administração do Instituto Mauá de Tecnologia.
E agora, como comprar?
Para o diretor da agência AutoInforme, é pouco provável que surjam aumentos significativos até o final do ano. "Acredito que as grandes fabricantes de automóveis não vão anunciar novos aumentos de preços até o final deste ano, principalmente no caso dos modelos populares", explica Joel Leite. Ainda assim, vale a pena ficar atento a outras opções do mercado. "Hoje em dia o melhor negócio para o consumidor é comprar um veículo semi-novo", afirma o especialista em mercado automotivo.
Veja abaixo os reajustes de preços praticados nas últimas semanas:
- Renault faz reajustes de até R$ 3.700
- Modelos da Ford ficam até R$ 3.000 mais caros
- Jeep encarece Wrangler e Renegade
- Honda reajusta preços e HR-V chega a R$ 92.900
- Toyota e Lexus aumentam preços no Brasil
- VW aumenta os preços de quase todos os modelos
- Kia Sportage fica até R$ 2.000 mais caro
- Quase toda linha Mitsubishi fica mais cara no Brasil
- Geely EC7 volta a custar R$ 49.990
- Nissan Sentra fica até R$ 2.500 mais caro
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