08/03/2023 - Henrique Koifman/ RF1 / Foto: Divulgação / Fonte: iCarros
o superaquecimento do motor pode sair caro. funcionando além da temperatura normal (entre 90ºC e 100ºC), peças e componentes estão sujeitos a sofrer danos sérios.
antes de ir adiante, vale destacar que todos os automóveis com motor a combustão, dos mais simples aos mais sofisticados, produzidos pelo menos nos últimos 70 anos, trazem dispositivos que avisam ao motorista quando a temperatura sobe demais, por meio de mostradores ou luzes de alerta.
quando uma dessas indicações aparecer no painel, você deve parar o carro em um local seguro e desligar imediatamente o motor.
a temperatura ótima
se você costuma fazer exercícios físicos, sabe que, antes de iniciar qualquer treino – ou mesmo sair caminhando em passo mais acelerado – é recomendável fazer um pequeno aquecimento.
sem isso, sua performance pode ser prejudicada e músculos e articulações podem até sofrer lesões.
com os motores a combustão, a coisa é parecida. quando está completamente frio, parado há mais de umas duas horas, um motor precisa de alguns instantes depois de ligado para que o óleo circule entre suas partes móveis, evitando que haja atrito durante seu funcionamento, e mais alguns minutos para que todo o sistema se aqueça e fique “no ponto” para funcionar corretamente.
por isso é que sempre se recomenda que, durante os cinco primeiros minutos depois de ligado, não pisar muito fundo no acelerador, evitando forçar o motor ainda frio.
isso também porque, com o calor, o metal sofre dilatação. algumas partes do motor, para chegarem às condições exatas para as quais foram projetadas, se ajustando com precisão total umas às outras, precisam estar aquecidas a uma determinada temperatura, a chamada “temperatura ótima”.
na maioria dos modelos, essa temperatura fica entre os 80 e os 100 graus centígrados.
como os motores a combustão produzem, junto com o movimento, uma grande quantidade de calor, essa medida – especialmente em climas tropicais como o nosso – costuma ser atingida facilmente.
mas, se funcionar abaixo da temperatura correta prejudica o rendimento, operar acima dela pode ser muito pior. por isso, depois que o motor está quente, a maior parte do esforço dos sistemas – não por acaso chamados de “arrefecimento” – é justamente o de combater o excesso de calor.
o que pode estar errado
simplificando um pouco, para manter a temperatura correta o sistema de arrefecimento faz circular água por uma série de tubos dentro do motor.
essa água depois segue para o radiador, onde é resfriada e, então, volta a fazer o mesmo caminho. Além dela, o óleo também ajuda nesse processo.
normalmente, o motor superaquece por causa de falha em algum componente ligado a esse sistema.
desde o rompimento de uma mangueira ou vazamento do reservatório de água, à quebra da famosa válvula termostática (ou “cebolão do radiador”) ou da bomba d’água, que pressuriza a coisa toda.
a ventoinha (o “ventilador”) quebrada ou inoperante por algum problema elétrico ou próprio radiador – que pode estar vazando ou ter algum entupimento – também pode ser o culpado, especialmente em carros mais rodados.
usar o aditivo de radiador apropriado, indicado no manual do proprietário e dentro da validade, é muito importante para evitar esse tipo de problema.
ele aumenta o ponto de ebulição do líquido, evitando que ferva, e protege o sistema contra corrosão.
como você já deve ter notado, é mais comum ver carros parados com esse tipo de problema em engarrafamentos do que em locais de trânsito livre.
isso porque, em movimento, a passagem do ar pelo radiador e pelo cofre do motor ajuda a eliminar uma parte do calor.
um rápido parêntese: nos antigos motores refrigerados a ar, como o do Fusca, o arrefecimento é feito apenas pelo óleo e pela passagem – daí seu nome – forçada do ar em torno de alguns dos componentes.
ainda assim, mesmo que não “fervam”, esses motores podem superaquecer. fecha parênteses.
o que fazer?
como já alertamos no começo do texto, ao perceber que há superaquecimento – com a luz vermelha indicativa acesa no painel, o ponteiro do medidor de temperatura muito deslocado para a parte vermelha do mostrador ou, em casos extremos, vapor saindo sob o capô – pare o quanto antes e desligue o motor.
se estiver em um local seguro, em que possa estacionar fora do fluxo do trânsito, abra o capô e veja se não há nenhum problema mais fácil de identificar, como a correia da bomba d’água rompida, mangueira estourada, vapor escapando por algum lugar ou vazamento de água por baixo do motor.
procure verificar também o nível do líquido dentro do reservatório de expansão (um recipiente de plástico claro, translúcido, geralmente localizado no lado oposto ao da direção).
reservatório seco ou com o nível de líquido muito baixo é sinal de vazamento e explica a falta de refrigeração.
mas atenção: se ao chegar à frente do carro você notar vapor saindo pelos lados ou ouvir algum ruído estranho, como um assovio, não abra o capô, pois há risco de você se queimar.
pelo mesmo motivo, jamais retire a tampa do reservatório de expansão com o motor ainda quente.
numa situação de emergência, em que você não possa contar com ajuda ou estiver em um local muito perigoso, se o vazamento não for muito grande, espere o motor esfriar e, se possível complete o nível do líquido de arrefecimento com água filtrada, com o motor ligado.
depois siga até um lugar seguro sem forçar o motor e controlando a temperatura para que não ultrapasse o limite indicado no mostrador – ou pela luz indicativa.
em todos os casos, porém, o melhor é chamar um auxílio mecânico com reboque e levar o carro para uma oficina.
como evitar isso tudo?
seguir o plano de manutenção previsto no manual do proprietário do carro, especialmente depois do final da garantia – que é justamente quando componentes de sistemas como o de arrefecimento, já com alguns anos de uso, podem apresentar desgastes – é o melhor antídoto para este e outros problemas.
nas revisões, são verificadas coisas como o estado de correias (entre elas, a da bomba d’água) e mangueiras, o funcionamento da parte elétrica, da ventoinha do radiador, as condições do próprio radiador (que pode passar por limpeza) e outros tantos detalhes.
além disso, é importante cuidar do líquido de arrefecimento, usando (vale repetir) o aditivo indicado pelo fabricante do carro e na proporção correta. esse produto ajuda a manter o sistema sadio e tem prazo de validade, devendo ser substituído quando necessário.
um bom hábito, também, é verificar ao menos uma vez a cada duas semanas o nível desse líquido no vaso de expansão (a tal garrafinha sob o capô).
e, se ele estiver baixo, completar – mas levar logo a um mecânico, pois nos carros modernos, não há perda ou consumo “normal” de água. Se o nível baixar, é sinal de problema.
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