Segunda geração do Palio custa R$ 30.990

A Fiat apresentou, 14 anos após o seu lançamento, a segunda geração do Palio. O hatch, que perdeu mercado com a chegada do novo Uno no ano pasado, tem como missão se manter entre os modelos mais vendidos. Os preços partem de R$ 30.990 para a versão Attractive 1.0 com 75 cv de potência, porta de entrada da linha. O carro cresceu com o novo estilo e está mais moderno e próximo do "irmão maior" Punto. A configuração Attractive também pode ter o motor de 1,4 litro por R$ 34.290.

O propulsor E.torQ 1.6 16V já acompanha a versão Essence, que parte de R$ 37.990 com câmbio manual e R$ 40.490 com o câmbio automatizado Dualogic. A transmissão robotizada acompanha o controle de cruzeiro, uma novidade na linha Palio. A versão Sporting começa em R$ 39.990 e tem adereços esportivos junto com o motor 1.6 16V, como uma falsa saída de ar no para-lamas e aerofólios na cor preta. A versão pseudo-esportiva é equipada com câmbio Dualogic por R$ 42.990.

Além da cara nova

A nova geração do Palio vai além das sucessivas re-estilizações sofridas pelo modelo nos últimos anos. O carro usa uma nova plataforma, baseada na do novo Uno e cresceu em todos os sentidos: comprimento, largura e entre-eixos. Por menor que possa parecer, os cerca de 4 cm a mais favoreceu o espaço do banco traseiro.

Toda a arquitetura do modelo foi trocada por materiais mais leves e resistentes. A suspensão foi recalibrada para ficar mais firme para passar maior sensação de estabilidade, ponto fraco da geração anterior. O pacote de equipamentos também foi reformulado. O compacto pode ter equipamentos antes inexistentes no Palio anterior, como o volante com comandos do rádio, para-brisa térmico e borboletas para troca de marcha atrás do volante para a transmissão Dualogic.

O interior guarda novidades como o novo cluster e painel com o mesmo estilo do Uno. Uma faixa que corta toda a extensão do interior pode ser personalizada; os difusores de ar agora estão em posição mais alta, corrigindo um erro grotesco do Palio original.

Dirigibilidade melhorou; acabamento não

Ao volante, a dirigibilidade do Palio melhorou bastante em relação à geração anterior e ficou mais próxima do Uno. A suspensão, ponto crítico do primeiro Palio, ficou mais bem acertada, mas ainda macia. Em curvas, a carroceria se arrasta mais que deveria. A versão 1.4 tem bom desempenho na cidade. Avaliada em Belo Horizonte (MG), cidade conhecida por suas ladeiras, o motor respondeu bem, mesmo com o ar-condicionado ligado, e exigia poucas trocas de marcha para enfrentar as subidas. Já com o propulsor de 1,0 litro, a performance ficou aquém do esperado. Durante a rápida avaliação do iCarros, o botão para desligar o ar-condicionado foi bastante acionado para poder encarar as ladeiras mais íngrimes.

O que decepcionou nas versões Attractive, que vão ficar com 80% das vendas, foi o acabamento. As unidades mostradas no lançamento ainda são do primeiro lote, mas mostraram falhas de encaixe de peças e plásticos com aparência frágil. Os puxadores internos da porta usam plástico liso e com rebarbas. Fechar o porta-luvas exige uma força maior e o porta-objetos no alto do console tem parafusos aparentes e forração solta, possível futura fonte de ruídos. Na versão Sporting, a má impressão é amenizada pelo veludo usado nas portas e em partes do banco. O console tem pintura metálica, de boa aparência. Os plásticos e suas falhas de encaixe, no entanto, permanecem lá.

Versão 1.0 será a mais vendida - com a nova geração, o Palio vai tentar voltar a disputar a ponta do mercado, que chegou a ocupar por alguns meses, mas que viu distante após o lançamento do novo Uno. Com os dois carros atualizados, a Fiat pretende chegar à liderança com um dos dois modelos. Dentro das vendas do Palio, no entanto, metade deverá ser do Attractive 1.0. O motor 1.4 ficará com outros 30% do mercado. Os outros 20% serão divididos entre Essence e Sporting, segundo a fabricante. O Palio Fire, com a carroceria antiga, permanece em linha.

Viagem a convite da Fiat