19/06/2017 - Thiago Moreno, de Niterói (RJ)/ Fotos: Thiago Moreno e Divulgação / Fonte: iCarros
A Renault apresentou o Captur em fevereiro e, de cara, viu-se um buraco tanto entre os preços quanto entre configurações, pois tinha-se o Captur Zen 1.6 manual de R$ 78.900 ou o Intense 2.0 automático convencional de R$ 88.490. A questão aparentemente foi recebida, pois agora a motorização 1.6 terá a opção de câmbio automático de relações continuamente variáveis (CVT), sistema similar ao outro SUV da aliança Renault Nissan: o Kicks.
Para o Captur, a nova transmissão será oferecida tanto na versão de entrada Zen quanto na Intense, mais completa, custando respectivamente R$ 84.900 e R$ 88.400. A esperança da Renault é que o novo conjunto 1.6 CVT represente até 60% do total de vendas do Captur. Vale ressaltar que o Captur Zen 1.6 manual permanece sem alterações custando R$ 78.900. Já a versão Intense 2.0 automática passa a custar R$ 91.900
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Motor e (novo) câmbio
Com o câmbio CVT, o Captur é sempre equipado com o motor 1.6 16V flex SCe, o mesmo que equipa também Duster, Sandero e Logan. O propulsor é capaz de entregar 120 cv com etanol e 118 cv com gasolina, com torque máximo de 16,2 kgfm a 4.000 rpm com ambos os combustíveis, sendo que 90% do torque aparece já a 2.000 rpm.
A transmissão, como dito, veio do Nissan Kicks, tanto que seu nome é o mesmo: X-Tronic CVT. No Captur, o câmbio oferece a possibilidade de se trocar marchas em modo manual por meio da alavanca, quando a transmissão de relações continuamente variáveis simulam seis marchas (posições pré-programadas das polias). Na comparação com o câmbio manual, oferece uma relação máxima mais curta que a primeira marcha (3,874:1 x 3,727:1) e a relação final mais longa (0,532:1 contra 0,756:1). Na teoria, o CVT pode ter arrancadas mais fortes e rodar a velocidades de cruzeiro exigindo menos do motor.
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O resultado vem no consumo. Em ciclo urbano, o Captur CVT faz 7,3 km/l com etanol e 10,5 km/l com gasolina. No ciclo rodoviário, os números são respectivamente 8,1 km/l e 11,7 km/l. Para comparação, o Captur 1.6 manual faz 7,6 km/l (e) e 10,9 km/l (g) na cidade e 8 km/l (e) e 11,3 km/l (g) na estrada.
No entanto, na aceleração de 0 a 100 km/h o câmbio manual ainda é mais rápido, cumprindo a tarefa em 11,9 segundos com etanol e 13,4 segundos com gasolina. O CVT, respectivamente, leva 13,1 segundos e 14,5 segundos de acordo com dados da própria Renault.
Nas medidas
O acréscimo do novo câmbio alterou pouco os números do Captur, tendo ainda 4,39 m de comprimento, 2,67 m de entre-eixos, 1,81 m de largura e 1,61 m de altura. O ângulo de entrada é 23°, o de saída é 31° e a altura do solo é de 212 mm. O porta-malas é bem amplo em relação aos concorrentes e consegue acomodar 437 litros. A diferença vem no peso: os Captur 1.6 CVT têm 1.286 kg, 13 kg a mais que o 1.6 manual.
Conteúdo por versão
Zen 1.6 CVT (R$ 84.900): quatro airbags (dianteiros e laterais), controle de estabilidade e de tração, assistente de partida em rampas, isofix, direção eletro-hidráulica, volante com regulagem da altura, ar-condicionado, rodas de 17 polegadas de liga leve, vidros elétricos, alarme, chave-cartão, comando de áudio na coluna de direção, banco do motorista com regulagem de altura, luzes diurnas de LED, retrovisores rebatíveis eletricamente, piloto automático com indicador e limitador de velocidade.
Opcionais: central multimídia Media Nav com GPS e câmera de ré integrados (R$ 2.500) e pintura em dois tons (R$ 1.400)
Intense 1.6 CVT (R$ 88.400): acrescenta rodas de 17 polegadas de liga leve diamantadas, apoio de braço, central multimídia Media Nav com tela de 7” sensível ao toque, GPS integrado, conexão Bluetooth, câmera de ré, ar-condicionado automático, sensor de chuva, farol de neblina com função Cornering Light e acendimento automático dos faróis.
Opcionais: bancos revestidos de couro (R$ 1.500) e pintura em dois tons (R$ 1.400)
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Como anda?
Indo direto ao assunto: o câmbio CVT acrescentou mais conforto ao Captur, que já tinha nesse item um de seus pontos altos. Em operação, prioriza o uso de rotações baixas, raramente passando dos 2.000 rpm. Mesmo acelerando com um pouco mais de ímpeto, a rotação sobe momentaneamente e volta a uma faixa inferior assim que possível.
O resultado é que há pouco ou nenhum ruído do conjunto motriz invadindo a cabine, que já era bem isolada e também filtrava de maneira satisfatória as interferências sonoras de suspensão e vento. O único ruído que se escuta mesmo é o de rodagem, vindo dos pneus.
De pontos negativos, permanecem os mesmos dos demais Captur, como a direção com assistência eletro-hidráulica, mais pesada que os sistemas elétricos de seus principais concorrentes, e o acabamento que utiliza plásticos rígidos com certa abundância. No entanto, ainda tem a seu favor o bom espaço interno e um carroceria de linhas harmoniosas.
Vai vender – A Renault não quis comentar números, mas afirmou que “as vendas até agora estão de acordo com o previsto”. O câmbio CVT veio apenas somar ao conforto que o carro já tinha sem comprometer em outros quesitos e o mix de 60% das vendas com o 1.6 CVT pode até ser ultrapassado.
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