13/08/2015 - Gabriel Aguiar e Thiago Moreno / Fotos: Divulgação / Fonte: iCarros
Lançado no Brasil no início de 2013, o Lifan X60 conquistou no ano passado o título de carro mais vendido entre as marcas de origem chinesa, com 4.600 unidades emplacadas em 2014. Sem mudanças desde a chegada ao País, o SUV recebeu neste mês as primeiras atualizações. O preço, por sua vez, permanece o mesmo na versão de entrada Talent e ficou R$ 1.000 mais caro na topo de linha VIP - R$ 59.990 e R$ 63.990, respectivamente.
O que mudou?
Entre as novidades implementadas na linha 2016, estão detalhes como grade com aletas verticais, molduras plásticas nos para-lamas, cobertura para o motor, nova disposição de luzes nas lanternas traseiras, bancos com novas espumas e tampa do porta-malas com sistema de abertura reprojetado para ficar mais leve durante o acionamento. A configuração topo de linha ganhou ainda interior com revestimento preto - anteriormente era bege - e rodas de liga leve aro 18.
Com dimensões generosas, o modelo atrai pelo amplo espaço interno. No total, são 4,32 m de comprimento, 1,79 m de largura, 1,69 m de altura e 2,60 m de entre-eixos, que garantem ao X60 um porte semelhante do Renault Duster, que também custa a partir de R$ 59.990 na versão Expression. Mas o que o diferencia do concorrente? "Os compradores do X60 buscam um carro que tenha mais espaço e que venha mais equipado que os concorrentes", explica Jair Leite, diretor de vendas da Lifan no Brasil.
Sem opcionais disponíveis, o X60 traz de série na versão de entrada Talent itens como acendimento automático dos faróis, maçanetas externas e friso das janelas com acabamento cromado, rodas de liga leve, central multimídia com GPS integrado e tela sensível ao toque, banco do motorista e direção com regulagem de altura, bem como as lanternas de LED. Com isso, o modelo possui uma lista generosa de equipamentos quando comparada à de veículos na mesma faixa de preço.
Montado no Uruguai com peças importadas da China, o modelo da Lifan não se destaca pelo acabamento, mas tampouco foge da média do segmento de SUVs de entrada. No interior há muitas peças de plástico rígido que não raramente estão mal encaixadas ou com rebarbas. Porém, também há detalhes como porta-objetos emborrachados e revestimento do teto com material estofado, o que denota esmero.
Vida a bordo
Na cabine, o desenho do painel tomou como "inspiração" a terceira geração do Toyota Rav4, lançada em 2005. As linhas não são tão atuais, porém, não destoam frente a outros veículos do segmento. O ar-condicionado possui comandos leves e imprecisos, que reduzem a percepção de qualidade no interior, assim como os bancos revestidos de couro sintético, que não apresentam tanto capricho nas costuras.
O interior amplo realmente tem espaço para cinco passageiros viajarem com conforto. Na segunda fileira de assentos, o encosto é reclinável e os bancos podem ser rebatidos com esquema 1/3 e 2/3. O túnel central baixo facilita a vida de um quinto ocupante no assento do meio, que dá espaço a um apoio de braços central com porta-copos quando não está ocupado. Na frente, o modelo dispões de cintos com regulagem de altura e ajustes do encosto com alavanca, mas falta regulagem de profundidade para a direção.
Ao volante
A suspensão recalibrada segue privilegiando o conforto ao rodar, o que permite um pouco de rolagem da carroceria em velocidades mais altas, mas que filtra bem as imperfeições do solo. A direção com assistência hidráulica também se mostrou eficiente, não sendo excessivamente pesada para manobras na cidade ou leve demais na estrada - a única ressalva se deve ao volante, que possui péssima empunhadura.
Mecanicamente, o X60 ganhou uma nova transmissão manual de cinco velocidades. A caixa de câmbio teve as relações de marchas modificadas, além de receber um novo escalonamento. De acordo com a fabricante, a alteração teve como objetivo melhorar a condução, permitindo trocas de marchas mais precisas e suaves. Entretanto, o modelo segue áspero nas mudanças, além de algumas marchas manterem o engate impreciso. Até a terceira, o motorista não encontra dificuldades para ajustar a alavanca no sistema, mas a partir daí, o trabalho fica árduo até a quinta marcha.
Sem câmbio automático ou motor flex
A falta de um câmbio automático também se faz notar. Segundo a Lifan, já estão sendo realizados testes para equipar o modelo com uma caixa continuamente variável CVT, mas ainda não há previsão para a chegada Brasil. Por fim, o motor 1.8 16V de 128 cv de potência pode ser abastecido apenas com gasolina, contrariando a receita adotada pela maioria do mercado, inclusive por marcas de segmentos premium como a BMW.
"A mudança para um motor flex é simples e não fazemos isso porque não existe uma demanda por parte dos nossos consumidores. Abastecido apenas com gasolina, podemos garantir a máxima eficiência do motor e também um bom consumo", afirma o diretor de vendas da marca. Verdade ou não, a falta de um propulsor bicombustível não compromete apenas a escolha do proprietário na hora de encher o tanque, como também deixa o X60 à sombra da concorrência.
As médias de consumo não puderam ser aferidas e, de acordo com a fabricante, ainda não há um número oficial que comprove a economia de combustível. O que sim ficou clara foi a limitação do conjunto mecânico, que se mostrou pouco elástico e lento nas retomadas de velocidade. A falta de isolamento acústico também colabora para a impressão de "sofrimento" sob o capô, já que na estrada a 120 km/h, com motor girando a 3.500 rpm, o ruído na cabine é bastante perceptível.
Vai vender? - A Lifan espera vender 500 unidades mensais do X60 2016. No acumulado deste ano, foram cerca de 1.700 modelos/mês. Se você busca um modelo com bom espaço interno e visual SUV, o Lifan X60 é uma opção a se considerar, mas apenas se o orçamento for limitado. Na mesma faixa de preço, o Renault Duster oferece um pacote de itens de série mais enxuto, porém, tem a favor vantagens como uma rede de concessionárias mais bem estabelecida, motor flex e opções com câmbio automático de quatro velocidades.
Para os compradores que preferem uma lista de equipamentos completa, com direito a itens disponíveis apenas em segmentos mais caros, o SUV da marca de origem chinesa não irá decepcionar, mas apenas se o conjunto mecânico e o comportamento dinâmico não forem uma prioridade. Porém, se as perfumarias disponíveis não forem essenciais, talvez seja melhor ficar atento a outras opções no mercado.
Desde que chegou ao Brasil, a Lifan passou a oferecer produtos com mais qualidade e do que os antigos 320 e 620, que eram cópias mais baratas do MINI Cooper e do Toyota Corolla, respectivamente. O X60 evoluiu consideravelmente em relação aos antecessores e hoje já é um carro a se considerar no segmento de SUVs, mas o modelo deixa claro que ainda há muito para evoluir - não duvide da capacidade dos chineses aprenderem rapidamente.
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