25/07/2017 - Anamaria Rinaldi, de Porto Feliz (SP) / Fotos: Divulgação / Fonte: iCarros
O visual reestilizado do novo Ford EcoSport 2018 já não é segredo. O modelo estreou em janeiro no Salão de Detroit (EUA) e depois apareceu novamente em junho no Salão de Buenos Aires. As mudanças externas foram sutis, com destaque para a grade frontal que agora lembra o SUV maior Edge. As principais alterações, como a própria Ford destaca, estão no interior, com cabine redesenhada e novos materiais. E nos motores, claro, com a estreia do inédito 1.5 flex de três cilindros. Com três versões de acabamento, os preços do Eco 2018 partem de R$ 73.9990.
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Líder - e pioneiro - no segmento por 12 anos, o novo Eco começa a fase de pré-venda no final de julho, chegando efetivamente às lojas na segunda quinzena de agosto. As versões são SE, Freestyle e Titanium, mas a Ford adianta ainda que haverá em breve uma versão para pessoas com necessidades especiais (PNE). Saem do catálogo a Freestyle Plus 1.6 AT e a FreeStyle 4WD 2.0, ou seja, por enquanto não haverá opção 4x4.
Modelo global, o novo Eco será fabricado em Caçamari (BA), além de China, Índia (fábrica que abastecerá o mercado dos EUA), Romênia (que pela primeira vez produzirá o SUV) e Rússia, a ser vendido ao todo em 140 países. "É um novo patamar de qualidade, com conteúdo e preço competitivos", assim Rafael Marzo, gerente global do novo EcoSport, descreve a novidade.
Visualmente, como já foi dito, o Eco recebeu grade maior, novos faróis, para-choque e luzes de neblina. O estepe na tampa traseira permanece, segundo a Ford, a pedido dos próprios brasileiros em clínicas feitas com clientes. A empresa revelou que houve rejeição sobre a possibilidade de substiuir o estepe traseiro por um kit de reparo, já que o projeto do carro não permite a sua instalação internamente sem perda de espaço no bagageiro.
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Motorização e desempenho
As versões SE e Freestyle terão o inédito motor 1.5 tricilíndrico, que estreia no mercado brasileiro, sendo flex por aqui. Ele rende 137 cv de potência e 16,1 kgfm de torque máximo a 4.500 rpm com etanol - para comparar, o Sigma 1.6 atual entrega 131 cv e os mesmos 16,1 kgfm com esse combustível. Com gasolina, os números são 130 cv e 15,6 kgfm, respectivamente. Ele possui bloco de alumínio para reduzir o peso e duplo comando de válvulas variável - ou seja, na admissão e no escape. O objetivo é entregar um motor mais compacto, mais leve e com menos atrito, favorecendo a eficiência energética. Inicialmente ele virá da Índia, mas no futuro esse propulsor também será feito no Brasil, ainda que sem data definida para que isso ocorra.
Já a versão Titanium terá um 2.0 também flex com injeção direta de combustível, duplo comando de válvulas variável e bloco, cabeçote e cárter feitos de alumínio. Ele rende 176 cv e 22,5 kgfm de torque (etanol) e 170 cv e 20,5 kgfm (gasolina). O motor 2.0 atual do Eco entregava 140 cv com gasolina e 147 cv com etanol.
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O câmbio pode ser manual de cinco marchas, disponível nas configurações SE e Freestyle, ou automático de seis velocidades com borboletas atrás do volante para fazer as trocas manuais, este último ofertado em todas as versões. Sai de cena, ao menos no Eco, o muito criticado câmbio automatizado Powershift de dupla embreagem e seis marchas. Um destaque da nova transmissão é que, segundo a fabricante, ela dispensa a troca de óleo, projetado para durar toda a vida útil do veículo. Esse câmbio é feito na China.
Foram feitas melhorias ainda na suspensão, com curso 17 mm maior na dianteira, buchas recalibradas, melhoria de 15% na absorção de impactos e de 6% no controle de rolagem, aumento de 5% na rigidez torcional da carroceria e eixo traseiro 15% mais rígido. De acordo com a fabricante, todas as modificações foram feitas visando melhorar a estabilidade e a dirigibilidade do SUV.
Merece destaque ainda a grade frontal ativa, que abre ou fecha as aletas conforme a necessidade, melhorando a aerodinâmica (está 11% melhor no novo modelo) e a eficiência do motor e reduzindo o consumo de combustível. Ele é o primeiro SUV compacto no país a contar com essa tecnologia, até então presente apenas em carros de segmentos superiores.
Consumo
Dito tudo isso, então quanto as melhorias ajudaram efetivamente no consumo de combustível? Segundo os dados do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) do Inmetro, o Eco manual faz 8,3 km/l na cidade e 9 km/l na estrada com etanol ou 11,6 km/l e 13,1 km/l, na mesma ordem, com gasolina.
Para comparar, no modelo anterior, os dados aferidos pelo Inmetro eram de 7 km/l na cidade e 8,2 km/l na estrada com etanol ou 10,2 km/l e 11,8 km/l com gasolina. Ou seja, houve uma melhoria significativa.
Já a versão automática roda, com etanol, 7,1 km/l em uso urbano e 8,9 km/l em uso rodoviário. Com gasolina, os números são respectivamente 10,4 km/l e 12,8 km/l.
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Acabamento e espaço interno
Por dentro é que o cliente consegue perceber as maiores mudanças. Há um novo quadro de instrumentos, novos revestimentos e a tão aclamada central multimídia com tela sensível ao toque. A Ford admite que o visual do rádio anterior era alvo de muitas críticas. O acabamento melhorou bastante, com materiais mais refinados e mais agradáveis ao toque, incluindo botões emborrachados nos comandos do ar-condicionado e uso de cromados (brilhantes e foscos) em determinadas partes da cabine. Os comandos também foram reposicionados para ficarem mais ergonômicos e acessíveis.
Há ainda um novo sistema de rebatimento dos bancos, que funciona elevando o assento e abaixando o encosto, o que cria uma superficie plana com o assoalho do porta-malas. O assoalho, aliás, traz uma prateleira que permite regular sua altura em três níveis. Nas duas posições mais altas, esse sistema cria um compartimento "escondido" para guardar objetos menores com até 52 litros de capacidade. E é na posição mais alta que o assoalho fica no mesmo plano dos bancos rebatidos.
O porta-malas tem capacidade para 356 litros - eram 362 litros no modelo anterior - e chega a 1.178 litros com os bancos rebatidos. As medidas não mudaram, com 4,26 m de comprimento, 1,76 m de largura, 1,69 m de altura e 2,51 m de entre-eixos. O espaço no banco traseiro é bom, mas acomoda bem mesmo apenas dois adultos atrás.
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Impressões ao dirigir
Em um breve contato de cerca de 20 km com o novo EcoSport 1.5 em estradas no interior de São Paulo, foi possível perceber como o SUV evoluiu. Além das mudanças significativas por dentro, ele está mais ágil com esse novo propulsor. Ele entrega bom torque desde baixas rotações, ainda que o torque máximo esteja disponível apenas a 4.500 rpm. Isso ocorre porque 85% da força está disponível antes das 2.500 rpm, o que ajuda bastante nas arrancadas e na maior parte das situações no dia a dia. O 1.5 tricilíndrico fica devendo um pouco apenas em retomadas de velocidade. Ao pisar fundo no acelerador, os giros sobem acima de 3.500 rpm, gerando ruído excessivo dentro da cabine. Mas é rápido e logo o isolamento acústico volta a fazer o seu papel.
O câmbio mostrou funcionamento suave e deve agradar bem mais que o antigo Powershift. As trocas são quase impeceptíveis e o sistema não vacilou na escolha da marcha adequada durante o test-drive. Vale lembrar também que há borboletas para fazer as trocas manuais.
A direção elétrica se mostrou bem precisa e direta aos comandos do volante, além de a suspensão estar muito bem acertada. Na estrada, ela filtrou bem as poucas imperfeições do piso, sem incomodar em lombadas e valetas. A estabilidade também agradou. No geral, o EcoSport está muito melhor que seu antecessor. Nas versões 1.5, ficou mais "esperto", mais econômico e ainda vem bem equipado de série desde a versão básica sem cobrar o mesmo que os concorrentes com mesmo nível de itens.
Equipamentos de série
SE: ar-condicionado, direção elétrica, sete airbags (frontais, laterais, de cortina e de joelho para o motorista), controle de tração e de estabilidade, assistente de partida em rampa, monitoramento de pressão dos pneus, faróis de neblina, alerta de ponto cego com indicador de tráfego cruzado, piloto automático, sensor de estacionamento traseiro, computador de bordo, grade frontal ativa, rodas de liga leve de 15 polegadas, volante e banco do motorista com ajustes de altura e profundidade, volante revestido de couro, isofix, sistema anticapotamento, trio elétrico, bagageiro no teto, chave canivete, alarme e central multimídia Sync 3 com tela sensível ao toque de 6,5", USB, Bluetooth, comandos de voz, espelhamento de smartphones via Android Auto e Apple CarPlay, comandos no volante, assistente de emergência e modo manobrista.
Frestyle: adiciona Sync 3 com tela de 8" e GPS integrado, câmera de ré, ar-condicionado automático digital, luzes diurnas de LED, painel de instrumentos com tela de 4,2", ajuste lombar no banco do motorista, porta-malas com prateleira divisória, bancos com revestimento de tecido e couro e rodas de liga leve de 16 polegadas.
Titanium: acrescenta teto solar, partida por botão, acendimento automático dos faróis, sensor de chuva, retrovisor interno eletrocrômico, faróis de xenônio, bancos revestidos de couro e rodas de 17 polegadas.
Em relação aos rivais, ele fica devendo freio de estaciomanento elétrico, sistema Start/Stop, ar-condicionado com duas zonas de temperatura e retrovisores com rebatimento elétrico. Não há opcionais para o novo Eco.
Pós-venda
A Ford ressalta que o seguro médio do Eco Freestyle será o mais barato da categoria. Usando um perfil padrão, a cotação ficou entre R$ 2.800 e R$ 3.900, lembrando que esse custo pode variar em função das diversas variáveis analisadas pelas seguradoras. Já as revisões com preço fixo irão cobrar R$ 1.616. Vale lembrar que são três anos de garantia.
Veja os preços do EcoSport 2018:
SE 1.5 manual - R$ 73.9990 (era R$ 72.800)
SE 1.5 automático - R$ 78.990 (era R$ 78.800)
Frestyle 1.5 manual - R$ 81.490 (era R$ 80.300)
Frestyle 1.5 automático - R$ 86.490 (era R$ 85.300)
Titanium 2.0 automático - R$ 93.990 (era R$ 94.700)
Test-drive a convite da Ford
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