28/06/2016 - Anamaria Rinaldi, de Campinas (SP) / Fotos: Divulgação / Fonte: iCarros
Apresentado há cerca de um mês, o novo motor 1.0 EcoBoost turbo três cilindros da Ford, enfim, faz sua estreia com o lançamento do novo New Fiesta hatch, que chega às lojas do País em meados de julho, com pré-venda já a partir de 30 de junho. Esse novo motor será oferecido somente na versão topo de linha Titanium Plus com o câmbio automatizado de dupla embreagem Powershift de seis marchas, custando R$ 71.990. Por enquanto, a empresa não fala em projetos futuros, afirmando apenas que não há planos de adotar o 1.0 turbo no sedã nesse momento.
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A fabricante também aproveita o lançamento da linha 2017 para alterar o catálogo. Agora, o hatch passa a ser vendido nas configurações SE, SEL e Titanium Plus, substituindo, respectivamente, as antigas opções S, SE e Titanium. Equipadas com o propulsor 1.6 Sigma, que segue à disposição, os preços variam entre R$ 51.990 na versão de entrada SE manual e chegam a R$ 70.690 na Titanium Plus Powershift. Os valores atuais vão de R$ 49.990 na S 1.5 - motor que sai de linha no New Fiesta hatch - a R$ 69.490 na Titanium 1.6 automatizada.
Motor 1.0 mais potente
Com a novidade, a Ford se soma à Volkswagen e à Hyundai, até então as únicas fabricantes a oferecer motores 1.0 turbo no Brasil com o up! e o HB20, respectivamente, ambos de 105 cv (etanol). O novo propulsor, que já era oferecido na Europa desde 2012, virá importado da Romênia. Por isso, aqui, ele não será flex como os rivais, mas movido apenas a gasolina. A empresa diz que, ao menos por enquanto, não há planos de nacionalizar a sua produção. Vale destacar também que, lá fora, a família EcoBoost é formada por sete opções (do 1.0 de três cilindros, passando por 1.5, 1.6, 2.0 e 2.3 de quatro cilindros e chegando aos 2.7 e 3.5 V6). No Brasil, ela já estava presente com o 2.0 turbo do Fusion.
O 1.0 EcoBoost turbo é dotado de injeção direta e duplo comando variável de válvulas, entregando 125 cv de potência e 17,3 kgfm de torque máximo entre 1.400 rpm e 4.500 rpm. Dessa forma, ele se torna o 1.0 mais potente e com maior torque do Brasil. O 1.0 turbo tricilíndrico atuará associado sempre ao câmbio automatizado Powershift de dupla embreagem e seis marchas. Com esse novo conjunto, o hatch pesa 1.178 kg e acelera de 0 a 100 km/h em 9,6 segundos.
A Ford divulgou que o hatch 1.0 turbo recebeu nota A em consumo no Inmetro, com média de 12,2 km/l na cidade e 15,3 km/l na estrada, sendo movido apenas a gasolina. Para comparar, o VW up! TSI faz 9,6 km/l em uso urbano e 11,1 km/l em rodovias com etanol ou 14 km/l e 16 km/l, respectivamente, com gasolina. Já o Hyundai HB20 turbo roda 8,2 km/l, 10,1 km/l, 12 km/l e 14 km/l, nessa ordem. Ou seja, o New Fiesta é mais potente, mas não mais econômico que todos os rivais. Por outro lado, esse propulsor se mostrou melhor que 1.6, que faz 8 km/l na cidade e 9,9 km/l na estrada com etanol ou 12 km/l e 14 km/l, respectivamente, com gasolina.
O que mais muda e o que não muda
As medidas seguem inalteradas com 3,96 m de comprimento, 1,72 m de largura, 1,46 m de altura e 2,48 m de entre-eixos, assim como o porta-malas de 281 litros. Também não há alterações visuais no modelo, feito em São Bernardo do Campo (SP). Contudo, a lista de equipamentos de série ganha cintos de segurança traseiros de três pontos, encosto de cabeça central atrás e banco traseiro bipartido desde a versão de entrada.
Motor 1.5 fica para frotistas e 1.6 segue no catálogo
Apesar do lançamento do motor 1.0 turbo, a Ford continuará oferecendo no mercado brasileiro o hatch equipado com o propulsor Sigma 1.6 aspirado, que desenvolve 125 cv com gasolina e 128 cv com etanol. Com esse motor, o câmbio pode ser manual de cinco marchas ou o automatizado Powershift de seis velocidades, oferecida na configuração intermediária SEL e na topo de linha Titanium Plus. Por outro lado, deixam de ser vendidas para o público em geral as duas versões (S e SE) com o 1.5 de 107 cv (g) e 112 cv (e), disponível apenas com transmissão manual. Elas deverão ficar restritas à venda direta para frotistas. Sai do portfólio também o New Fiesta Sport 1.6, que se diferenciava pelo apelo visual esportivo.
Impressões ao dirigir
Ao volante, o motor 1.0 EcoBoost agrada, mas não empolga. Ele tem bom rendimento desde os baixos giros, contudo, as retomadas de velocidade exigem algum tempo, sendo necessário calcular as ultrapassagens. Ao pisar fundo no pedal do acelerador, o Fiesta leva alguns segundos para ganhar velocidade em função do "lag" (tempo para o turbo encher). No mais, o hatch com essa nova motorização é uma opção interessante, atuando em harmonia com o câmbio de dupla embreagem - sem borboletas, as trocas manuais são feitas apenas pela alavanca, que conta ainda com a opção "S" para retardar as trocas. E não há dúvidas que de houve uma melhora em relação ao 1.6, que cumpre a aceleração a 0 a 100 km/h em 12,1 segundos frente aos 9,6 segundos do 1.0 turbo. Além do consumo, como citado acima.
Não houve alteração na suspensão, que segue oferecendo boa estabilidade em curvas e um rodar macio em qualquer piso, mesmo em terrenos irregulares. Ou seja, a boa dirigibilidade do Fiesta continua lá. A direção elétrica tem peso na medida certa, ajudando em manobras ou em velocidades maiores em rodovias. O nível de ruído também é bom, com o motor trabalhando a 2.750 rpm a 120 km/h.
A Ford acredita que o público que comprará o Fiesta 1.0 EcoBoost virá em parte dos atuais consumidores do hatch Titanium 1.6 e, em parte, dos clientes de hatch médio que irão valorizar a tecnologia e o desempenho do turbo - sim, pode haver alguma canibalização de clientes do Focus hatch. Mas a empresa confirma que se trata inicialmente de um teste e que irá avaliar a resposta do mercado ao modelo para traçar seus novos rumos. De acordo com a sua aceitação, existe a possibilidade de o 1.0 turbo ser oferecido também em versões mais em conta ou até em investir na nacionalização de sua produção. E por que não adotá-lo no sedã? Tudo irá depender do volume de venda, expectativa não divulgada pela marca. E por ser um teste nesse momento, a Ford confirma que foi conservadora, sem incluir apetrechos estéticos ou mesmo novas rodas mais esportivas nessa versão.
Preços e equipamentos
SE 1.6 manual (R$ 51.990): ar-condicionado, direção elétrica, alarme, trio elétrico (só nos vidros dianteiros), faróis com máscara negra, computador de bordo, rodas com calota aro 15", retrovisores com repetidores de seta e rádio My Connection de terceira geração, além das novidades na linha 2017, que são cintos de segurança traseiros de três pontos, encosto de cabeça central atrás e banco traseiro bipartido.
SEL 1.6 (R$ 58.790 manual ou R$ 64.990 Powershift): acrescenta além dos itens acima faróis de neblina, rodas de liga leve aro 15”, controle de tração e de estabilidade, asistente de partida em rampa, sensor de estacionamento traseiro, central multimídia Sync com AppLink e assistência de emergência, ar-condicionado digital e vidros elétricos traseiros.
Titanium Plus (R$ 70.690 1.6 Powershift ou R$ 71.990 1.0 EcoBoost Powershift): inclui a mais sete airbags (frontais, laterais, cortina e joelho para motorista), partida sem chave, chave com sensor de presença, bancos revestidos de couro, faróis cromados, rodas de liga leve aro 16”, sensor de chuva, acendimento automático de faróis, retrovisor interno eletrocrômico (antiofuscante) e piloto automático.
Revisões: primeira com um ano
Seguindo o que foi feito nos demais modelos da Ford, o New Fiesta perde a primeira revisão de seis meses na linha 2017. Com o motor 1.0 EcoBoost, a primeira revisão de um ano ou 10 mil km sai por R$ 392, a segunda de 20 mil km custa R$ 604 e a terceira de 30 mil km sai por R$ 544, somando R$ 1.540. Com o 1.6, são R$ 1.456 no mesmo período. Segundo a empresa, essa diferença se dá em função do maior uso de óleo no propulsor turbinado.
Veja a tabela de preços no Ford New Fiesta hatch 2017:
SE 1.6 manual - R$ 51.990 (1.5 era R$ 49.990)
SEL 1.6 manual - R$ 58.790 (era R$ 57.690)
SEL 1.6 Powershift - R$ 64.990 (era R$ 62.290)
Titanium Plus 1.6 Powershift - R$ 70.690 (era R$ 69.490)
Titanium Plus 1.0 turbo Powershift - R$ 71.990
Vai vender? - A Ford não quer falar em expectativa de vendas, mas é sabido que as versões topo de linha costumam representar uma pequena parcela das vendas dos modelos. Nesse momento, com o mercado brasileiro de automóveis ainda em queda, manter o volume atual já seria uma conquista. De janeiro a maio deste ano, o Fiesta soma 6.626 unidades emplacadas, uma média de 1.300 carros por mês.
No caso do Fiesta 1.0 EcoBoost especificamente, a empresa garante que ele mira em concorrentes com motorização 1.6, como Hyundai HB20, Peugeot 208, VW Fox e Citroën C3. A empresa não acredita que ele irá concorrer com os demais 1.0 turbo do mercado. Considerando a sua faixa de preço, isso faz sentido. O up! TSI chega no máximo a R$ 53.190, enquanto o HB20 turbo mais caro sai por R$ 51.595. No geral, o Fiesta turbo tem potencial para brigar nessa categoria, mas ficam faltando ainda itens como central multimídia com tela colorida sensível ao toque, GPS, teto solar e câmera de ré.
Viagem a convite da Ford
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