11/09/2014 - Thiago Moreno, de Atibaia (SP) / Fotos: Divulgação / Fonte: iCarros
A Jeep anunciou a introdução da nova geração do Cherokee. O modelo está disponível em três versões: Longitude (R$ 159.900), Limited (R$ 174.900) e Trailhawk (R$ 189.900). A configuração intermediária já está nas lojas da marca, enquanto a de entrada e a topo de gama chegam no fim do ano.
Todos os modelos são equipados com motor 3.2 V6 a gasolina de 271 cv e 32,2 kgfm de torque. A única opção de câmbio é uma transmissão automática de nove marchas. As três versões têm tração integral, mas as duas primeiras passam a força para as rodas traseiras apenas quando a central eletrônica identifica que o eixo dianteiro perdeu tração. A Trailhwak permite o uso contínuo do 4x4 e, assim como na Longitude e na Limited, é dotado de Selec-Terrain, sistema em que o motorista seleciona o tipo de terreno e o carro adapta as respostas de motor e câmbio adequadamente.
Desde a configuração de entrada todos os modelos contam com chave presencial, sete airbags, controles de tração e estabilidade, bancos com acabamento de couro e regulagem elétrica (para o motorista apenas), direção com assistência elétrica, ar-condicionado automático de duas zonas, volante com revestimento de couro e tela de toque multimídia de 5” com conectividade via Bluetooth, USB e cartão SD.
As versões Limited e Trailhawk adicionam bancos ventilados na dianteira, câmera de ré, faróis de xenônio, tela central de 8,4” multimídia com navegação por GPS, teto-solar panorâmico com abertura elétrica e tampa do porta-malas também com abertura e fechamento elétricos. A diferenciação entre as configurações intermediária e topo de linha está nos itens de uso fora de estrada presentes apenas no Trailhawk, como a caixa de redução para o câmbio, bloqueio do diferencial traseiro e pneus maiores, por exemplo.
Nas medidas, os Cherokee Longitude e Limited têm 1,8 m de largura, 1,7 m de altura, 4,6 m de comprimento e 2,7 m de entre-eixos. O SUV pesa 1.834 kg e leva até 500 litros no porta-malas. O Trailhawk tem 65 mm a mais de largura, 40 mm a mais de altura e 17 mm a mais de entre-eixos.
Tradição no século XXI
O iCarros avaliou a versão Limited do Jeep Cherokee, a única já presente nas lojas brasileiras da marca. De cara, salta aos olhos a proeminente dianteira, com seis conjuntos óticos. Os mais afilados nos para-lamas contém as luzes diurnas de LED e os piscas; os centrais fazem as vezes do farol propriamente dito, já os últimos em posição convencional abrigam as luzes de neblina dianteiras.
Apesar da abordagem vanguardista, o Cherokee ainda usa a grade frontal com sete aberturas, assinatura dos modelos Jeep. Porém, apesar de moderno, o visual pode dividir opiniões dada a quantidade de faróis em formatos diferentes. A lateral e a traseira são mais simples, com linha de cintura alta e as lanternas horizontais montadas logo abaixo da janela.
Por dentro, o Cherokee é bem mais convencional que a sua dianteira. O design agrada aos olhos e ao menos nas partes superiores do painel e das portas foi empregado material emborrachado, macio ao toque. Continue passando a mão pela cabine e você encontrará plástico apenas nas peças inferiores, como o console central.
O espaço é abundante dentro do SUV e é fácil achar uma posição ideal para guiar graças aos ajustes do banco e do volante. Atrás, três viajam sem apertos e todos contam com cintos de três pontos e encostos de cabeça. O porta-malas é amplo e tem formato quadrado, o que facilita seu uso. A abertura elétrica do tampão também auxilia, mas a altura do assoalho em relação ao solo é grande, então carregar e descarregar itens pesados pode dar trabalho.
Rodando na estrada, o câmbio de nove marchas mostra ao que veio, pois a 120 km/h o conta-giros mal passa das 1.500 rpm. A transmissão efetua tantas trocas ao passar do tempo e de forma tão fluída que o motorista fica sem noção sobre qual engrenagem está sendo usada e passar para o modo manual é um convite para se perder no meio de tantas relações. O motor, se não torna o Jeep num “muscle car” digno da Mopar (divisão de acessórios do Grupo Chrysler), ao menos lida bem com o peso do carro e não sofreu para locomover a carroceria.
O conforto a bordo é exemplar, os passageiros poderão tirar um cochilo sem problemas graças ao isolamento acústico e ao sistema de suspensão com calibração mais firme, que impede que a carroceria oscile com facilidade e permite ao grandalhão SUV fazer curvas com pouco rolamento nas mudanças de direção.
Mas Jeep só é Jeep se for bem fora do asfalto, certo? Afinal a tradição da marca começou na Segunda Guerra Mundial com o jipe Willys. Nesse ponto, antes de saber como o Cherokee se comporta na terra, cabe uma explicação de Brad Pinter, diretor da marca Jeep: “Todos os nossos clientes buscam um veículo com capacidade off-road, boa dinâmica na estrada e motorização eficiente. O consumidor do Wrangler coloca o fora-de-estrada acima de tudo, mas para os demais produtos o cliente quer também um carro capaz, mas a qualidade ao rodar e a economia de combustível falam mais alto”.
E foi exatamente o que aconteceu com o Cherokee. Bem comportado na estrada e na cidade, fora do asfalto encarou bem a trilha enquanto o pavimento estava plano. Conforme apareceram erosões e buracos, a suspensão se mostrou firme a carroceria sacolejou bastante. As rodas de 18” com pneus de asfalto exigiram um toque de paciência para superar obstáculos, principalmente quando uma das rodas ficava no ar.
Dito isso, é preciso dizer que o sistema Selec-Terrain respondeu bem às intempéries e, com mais ou menos esforço, não deixou que o Cherokee empacasse na trilha. A verão Trailhawk, melhor equipada para a terra, deve passar pelo mesmo trecho sem dificuldades, pois a base (carroceria e sistemas de tração) já são competentes. Em suma, o SUV médio da Jeep manda bem no asfalto. Encara o off-road? Sim. O carro gosta dessa situação? Nem tanto...
Vai vender? - A Jeep mira como concorrentes para o Cherokee, modelos como o Hyundai Santa Fe e o Kia Sorento. A expectativa é que se comercializem 1.200 unidades do SUV importado dos EUA num período de 12 meses, o que dá uma média de 100 unidades por mês. Entre as versões, a Limited deve ser a mais popular, com 60% de participação, seguida pela Longitude (30%) e pela Trailhawk (10%).
Com um visual inovador e, gostando ou não, chamativo e um conjunto mecânico competente tanto no asfalto quanto fora dele, o Jeep Cherokee tem potencial para bater seu objetivo de vendas e ajudar a popularizar a marca no Brasil até o lançamento do SUV compacto Renegade, que será fabricado em Pernambuco e ganhará nossas ruas em 2015.
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