30/05/2019 - Thiago Moreno / Fotos: Divulgação / Fonte: iCarros
Em entrevista com o iCarros, o presidente da JAC Motors do Brasil, Sergio Habib, cravou que a marca de origem chinesa terá cinco novos modelos totalmente elétricos apresentados ainda em 2019. Um deles será o iEV 40, que atrasou e deve estar disponível para pronta entrega a partir de agosto com preço anunciado de R$ 153.500.
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Os futuros carros elétricos da JAC Motors
Além do iEV 40, versão elétrica do SUV T40, a JAC terá mais quatro modelos totalmente elétricos. Chegando também em agosto nas lojas, o caminhão leve iET 1200 que já está em fase de pré-venda. Para janeiro de 2020 devem chegar a picape elétrica iEP 330 e o pequeno hatch urbano iEV20. O último a chegar, mais para o final de 2020, deverá ser o iEV 60, SUV médio de porte similar ao do Jeep Compass.
“O elétrico é inevitável”
Foi assim que o executivo da JAC Motors começou a conversa. Apontando as cada vez mais restritivas regras europeias para carros à combustão, mostrou o motivo de apostar tanto nos carros de matriz elétrica.
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“Há também a questão do petróleo. Países que importam grandes quantidades do produto também devem acelerar a adoção dos elétricos para economizar”, justificando porque também acredita que China e Índia serão duas regiões, além da Europa Ocidental, que deverão “virar a chave” mais rapidamente para os carros elétricos.
No Brasil vai demorar mais
Dificilmente você ficou impressionado com a afirmação acima, mas é provável que sua apatia vem do motivo errado. Segundo Habib, os carros elétricos não vão chegar tão rápido ao Brasil, mas não apenas por falta de vontade do governo: “O Brasil produz petróleo, tem etanol e o governo não tem recursos para bancar subsídios para o carro elétrico.”
“Quem compra carros elétricos é infiel”
Tratando-se de carros convencionais à combustão, os chineses chegaram tarde e tiveram que correr atrás. Quando se trata de carros elétricos, todos começaram a desenvolver a tecnologia ao mesmo tempo. Isso para a indústria chinesa, acostumada a evoluir rapidamente, é uma vantagem.
Não só isso, “o público que compra carros elétricos é extremamente infiel à marca, o carro elétrico mais vendido da Alemanha é um Renault ZOE, o VW e-Golf é apenas o terceiro”. E o Brasil, mercado onde o público já tem baixos índices de fidelidade às marcas esse comportamento pode ser benéfico à JAC e seus elétricos. Nesse tipo de carro, a “birra” por ser chinês poderia ser menor.
Vantagens e desvantagens do carro elétrico
Para Habib, há várias vantagens para o carro elétrico na comparação com os dotados de motores à combustão. Entre elas estão o desempenho instantâneo, ausência de ruídos e vibrações e a maior simplicidade de produção e manutenção. De acordo com a JAC, o iEV 40 terá um custo de manutenção seis vezes menor que o T40.
“O carro elétrico tem cerca de 3.000 peças, enquanto o térmico (carro à combustão) chega a 15.000 peças. O carro elétrico não tem nada para dar problema”, explicou Habib. Tanto que o programa de manutenção do iEV 40 irá realizar algum tipo de troca apenas aos 20.000 km, com a substituição das palhetas do limpador de para-brisas e lubrificação do pistão de acionamento da pinça de freio.
Mas há uma grande desvantagem para o elétrico: viagens longas. “Mesmo que você faça carregamento rápido na estrada, com o tempo esse tipo de carga acaba degradando a vida útil das baterias. Mesmo assim, o tempo de viagem, caso ela seja maior que a autonomia do carro, praticamente triplica”. Disse o executivo da JAC Motors.
A carga de um modo geral é problemática. Segundo Habib, nos mercados Europeus, cerca de 60% dos carregamentos são do tipo lento e feito em casa. Para isso virar realidade no Brasil, seria necessário um trabalho forte com condomínios, pois hoje são poucos os que possuem estrutura para carregamento. Até mesmo as casas não estão preparadas, já que os elétricos exigem pontos de carga com aterramento correto para funcionarem.
“Sabe fábrica de motor? Vai pro lixo!”
A afirmação de Sergio Habib parece forte, mas se você pensar que o carro elétrico exige cerca de 40% a menos de mão-de-obra para ser fabricado, faz sentido. Um dos desafios dos fabricantes tradicionais no futuro será a realocação dessa força de trabalho que não será mais utilizada. Não só deles, como das dezenas de fornecedores de peças para motores de combustão interna e transmissões, outro elemento que não é usado em um elétrico.
Carro elétrico vai vender bem?
Para Habib, o mercado brasileiro tem potencial para absorver de 3 a 5 mil unidades por mês de veículos elétricos, o que dá algo por volta de 1% a 2% dos emplacamentos. O executivo disse que a oportunidade para a JAC nesse mercado é muito importante.
“Hoje vendemos cerca de 300 unidades por mês. Se conseguirmos vender mais 300 elétricos (o que daria cerca de 10% do mercado projetado de elétricos), já teremos dobrado nossas vendas”, afirmou o executivo da JAC Motors.
Quem vai comprar carros elétricos?
“Brasileiro não compra carro por uso, compra por faixa de preço”, disse Sergio Habib. Assim, que vai comprar o JAC iEV 40, por exemplo, não será um público de SUVs, ou de carros elétricos, mas sim “o público que compra carros de R$ 150 mil”.
Para a JAC Motors, o carro elétrico também poderá ser comprado como uma forma de mensagem ecologicamente correta. “Isso importa para algumas pessoas. Carro elétrico é como comida orgânica. Pode ser melhor, mas sai mais caro”, disse o executivo.
“Inclusive temos estamos apostando que empresas com imagem ecologicamente correta também investirão nos veículos elétricos”, disse Habib. Isso explicaria por que a JAC optou por já trazer veículos comerciais elétricos, como o caminhão iET 1200 e a picape iEP 330. “Para a picape nem estamos pensando no comprador comum, mas em empresas que precisam desse tipo de veículo”, disse.
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