16/02/2016 - Anelisa Lopes, de Campinas (SP) / Fotos: divulgação / Fonte: iCarros
"Não adianta bufar. A Duster Oroch chegou na frente". A provocação da Renault do Brasil feita à estreia da Fiat Toro aconteceu no Facebook, após a transmissão online do lançamento da picape da Fiat à imprensa, na noite de ontem, em Campinas (SP), assim que o executivo da italiana Carlos Eugênio Dutra nomeou a Toro como a precursora de um mercado de picapes situadas entre as pequenas e médias. A brincadeira gerou burburinho entre os executivos da marca durante o jantar, entre eles, o novo presidente da FCA Automobiles para América Latina, Stefan Ketter. Apesar de parecerem tranquilos em relação à concorrência, a Fiat terá uma grande missão pela frente para atingir a meta de vender cerca de 50 mil unidades da Toro em 12 meses, que deverão ser bastante turbulentos para a indústria automotiva.
Para isso, o modelo, que estará nas lojas a partir de 27 de fevereiro, quer arrematar clientes de vários segmentos, que vão de hatches médios a SUV´s, de faixas etárias e perfis bastante diferenciados. Com o mote de carro com infinitas possibilidades, a picape será vendida em quatro versões - e uma série especial de lançamento com 1.000 unidades, chamada Opening Edition -, que combinam motor 1.8 flex a um câmbio automático de seis marchas, além de um bloco 2.0 a diesel que trabalha em conjunto com uma transmissão manual de seis marchas, com uma automática de seis velocidades ou com uma automática de 9 marchas. Os preços começam em R$ 76.500 e chegam a R$ 116.500. Segundo o fabricante, ainda não há planos de uma versão de entrada flex com câmbio manual.
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Fiat Toro, a origem
A nova picape da Fiat foi desenvolvida pelo grupo FCA Automobiles América Latina e sai da linha da montagem da fábrica da Jeep, em Goiana (PE). Por lá, compartilha componentes com o Renegade e, futuramente, também dividirá espaço com o Jeep Compass, que será lançado no segundo semestre deste ano no Brasil. Para fazer parte de um novo mercado, a Fiat nomeou o segmento da Toro de SUP (sport utility pick up). Batismo de marketing à parte, é um carro que tem como ambição unir a dirigibilidade de um sedã à versatilidade de um utilitário esportivo ao espaço de carga de uma picape. Só que, diferentemente da Duster Oroch, que foi lançada inicialmente só com câmbio manual e motor flex, a Toro ataca com diesel, tração 4x4 e câmbio automático.
Medidas da Fiat Toro
Comparando aos líderes do segmento, a Toro é maior que a Fiat Strada e menor que a Chevrolet S10. Mede 4,91 m de comprimento, tem 1,84 m de largura, 1,68 m de altura e 2,99 m de entre-eixos. Leva 650 kg na versão flex ou 1.000 quilos de carga na diesel (820 litros de bagagem nos dois casos). Com o extensor de caçamba, acessório vendido à parte e instalado já na fábrica, há adicionais 405 litros graças ao aumento do comprimento do bagageiro. Um dos destaques do compartimento de carga fica por conta do sistema de abertura da caçamba. Já patenteado pela Fiat, trata-se de uma porta bipartida, com duas travas, que abre para as laterais. É mais leve e prático e permite um acesso mais fácil ao que está na caçamba.
Opções de motor e de câmbio da Fiat Toro
Há duas opções de motor para a picape: 1.8 flex de 135/139 cv de potência (5.750 rpm) e 18,8/19,3 kgmf de torque (3.750 rpm) e um diesel de 170 cv de potência (3.750 rpm) e 35,7 kgmf de torque (1.750 rpm). Para a primeira configuração, há disponível um câmbio automático de seis marchas e, para a segunda, um manual de seis e dois automáticos de seis e nove velocidades. Com um novo coletor de admissão variável, a unidade bicombustível tem algumas diferenças em relação à do Renegade para atuar em uma faixa de rotação mais ampla. O utilitário também deverá receber este motor no último trimestre deste ano. A direção em todas as configurações é elétrica.
Confira as versões, preços e equipamentos da Fiat Toro:
Freedom 1.8 flex 4x2 (câmbio automático de 6 marchas): R$ 76.500
Itens de série - piloto automático, computador de bordo, quadro de instrumentos personalizável de 3,5 polegadas em TFT, controle de estabilidade, auxiliar de partida em rampas, rádio com conectividade via Bluetooth e USB com comandos no volante, este com regulagem de altura e profundidade. A versão Freedom traz também de série banco do motorista com regulagem de altura, abertura elétrica do bocal de abastecimento, ar-condicionado, direção elétrica, fixação Isofix para cadeira infantil, vidros e travas elétricas , sensor de estacionamento traseiro e revestimento de caçamba.
Série especial Freedom Opening Edition 1.8 flex 4x2 (câmbio automático de 6 marchas): R$ 84.400
Itens de série - traz os equipamentos da Freedom 1.8 flex com adição de rodas de liga leve de 16” com parafusos anti-furto, faróis de neblina, retrovisores elétricos rebatíveis com tilt down, capota marítima na caçamba, ar-condicionado dual zone, câmera de ré, volante em couro com borboletas para troca manual das marchas e central multimídia Uconnect Touch NAV 5”. Há ainda caracterizações exclusivas da versão, como revestimentos internos, protetor de soleira e emblemas alusivos a série especial.
Freedom 2.0 a diesel 4x2 (câmbio manual de 6 marchas): R$ 93.900
Itens de série - A versão Freedom 2.0 diesel com tração 4x2 traz os equipamentos da Freedom 1.8 flex mais Skid Plate integrado ao para-choque dianteiro, rodas de aço de 16” Super Spoke e protetor de cárter.
Freedom 2.0 a diesel 4x4 (câmbio manual de 6 marchas): R$ 101.900
Itens de série - Os mesmos da Freedom 2.0 diesel 4x2 mais tração integral, controle automático em descidas íngremes no fora de estrada, retrovisores externos elétricos com memória, alarme e iluminação de caçamba.
Volcano 2.0 a diesel 4x4 (câmbio automático de 9 marchas): R$ 116.500
Itens de série - traz os equipamentos da Freedom 2.0 diesel 4x4 com a adição de ar-condicionado dual zone, rodas de liga leve de 17”, câmera de ré, central multimídia Uconnect Touch NAV de 5”, quadro de instrumentos com display em TFT de 7” colorido, faróis de neblina que acompanham as curvas e luzes diurnas de LED.
Fiat Toro 1.8 flex ou 2.0 a diesel?
O iCarros teve contato com três versões da Toro: 1.8 flex automática de seis marchas, 2.0 a diesel manual de seis marchas e 2.0 a diesel automática de nove marchas. A primeira impressão, desde a versão mais em conta até a topo de linha foi boa. A cabine segue o mesmo padrão do Renegade, característica que se estende até a forração interna e puxador das portas. Dois pontos a serem considerados: o acessório que abre e fecha o teto solar tem parafusos aparentes, enquanto a tela multimídia poderia ser um pouco maior para que a câmera de ré seja mais fiel ao que se passa na parte traseira do carro (o equipamento possui 5"). No banco de trás, cabem três adultos, sem folga, mas sem encolher as pernas, desde que a altura dos passageiros da frente não passe de 1,80 m.
A versão 1.8 flex de 135/139 cv de potência automática com seis marchas traz um motor atualizado em comparação ao bloco do Renegade para atender às novas leis de emissões, que vão vigorar a partir de outubro, com a proposta de oferecer melhor desempenho em todas as faixas de rotação. Nesse primeiro contato, o motor responde bem às investidas no acelerador, sendo que 80% da força já aparece antes de 2.000 rotações, mas a transmissão demora a responder, empurrando o ponteiro do conta-giros às alturas para o avanço de velocidade.
Com o motor a diesel e tração 4x4 (o seletor é eletrônico, mas não houve terreno adequado para a utilização do sistema), a picape ganha ares de veículo off road. A opção com câmbio manual não agradou pelo fato de não ter engate suave, além de a embreagem ter o curso longo; além de ter de enterrar o pé no pedal para a troca de marcha, qualquer vacilada na pressão faz o motor morrer. Já a configuração topo de linha a diesel com câmbio automático de nove marchas é a que mostra o melhor casamento, tal qual no Renegade, com passagens de marcha suaves e torque ideal em todas as rotações - a pouco mais de 100 km/h, o conta-giros marca menos de 2.000 rotações.
Um dos pontos que agradou na picape foi o conjunto da suspensão, com ajuste mais rígido que macio. Na parte traseira, o sistema independente multilink traz uma melhora perceptível no conforto de quem está na cabine. De acordo com a Fiat, o curso da mola, que tem um funcionamento progressivo de acordo com a quantidade de carga que está sendo levada, é de 22 cm, enquanto a média nas outras picapes é de 18 cm, o que favorece a comodidade dos ocupantes. A direção elétrica tem peso satisfatório tanto para manobrar como em velocidades mais altas.
Vai vender? - A Toro deverá ter dois perfis de cliente bem diferentes: 1.8 flex quem precisa de um carro versátil para usar na cidade, mas que, ao mesmo tempo, permite carregar carga; e outro são os picapeiros que querem um veículo a diesel 4x4. A Fiat espera que as configurações a diesel representem 60% das vendas da picape,o que parece uma expectativa otimista para uma marca sem tradição neste segmento.
Viagem a convite da Fiat
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