12/03/2015 - Thiago Moreno, de Brasília (DF) / Fotos: Divulgação / Fonte: iCarros
A partir de 20 de março, a Honda começa vender seu primeiro SUV compacto: o HR-V. Feito com um misto de peças de outros carros da marca, como a base e o câmbio do Fit e o motor do Civic, o utilitário terá páreo duro para enfrentar não somente concorrentes já estabelecidos no mercado (Renault Duster e Ford EcoSport) como também o Jeep Renegade, que chegará às lojas no início de abril. O objetivo da Honda é chegar às 50 mil unidades comercializadas até o final de 2015, o que colocaria HR-V no topo entre os carros mais populares da Honda brasileira.
Pela versão mais barata, LX manual, paga-se R$ 69.900 (R$ 4.000 a mais que o EcoSport mais em conta), enquanto a topo de linha EXL CVT custa R$ 88.700. Se é mais caro, ao menos tem uma farta lista de itens de série, começando pelo motor 1.8 flex do Civic desenvolvendo 140 cv com etanol e 139 cv com gasolina. À exceção da versão mais básica - que tem câmbio manual de seis velocidades -, todas as configurações contam com transmissão automática do tipo CVT (relações continuamente variáveis) como no Fit. Mas, por enquanto, a tração será apenas dianteira.
Completando o pacote de equipamentos, o modelo oferece em qualquer configuração direção elétrica com assistência variável e ajustes de altura e profundidade para o volante, ar-condicionado, rádio com conectividade via Bluetooth, entrada auxiliar e USB, alarme, sistema Isofix para a fixação de assentos infantis, banco traseiro bipartido com três encostos de cabeça e cintos de três pontos para todos passageiros, freio de mão elétrico, controles de estabilidade e tração e assistente de partida em rampa. A partir da versão LX CVT, todos os HR-V são equipados com rodas de liga-leve de 17” calçadas por pneus 215/55, enquanto a mais básica usa as mesmas medidas, mas as peças são ferro.
Na versão EX CVT adiciona-se também uma central multimídia de 5” com tela de toque e câmera de ré integrada, uma saída 12V acessível para os ocupantes do banco traseiro, comandos do sistema de áudio no volante, retrovisores externos com repetidores de seta integrados e rack no teto. Já a EXL acrescenta acabamento de couro para os bancos, volante e manopla de câmbio, borboletas para simulação de trocas manuais (as demais configurações têm uma posição “L” para gerar efeito freio motor), Tela de toque com 7” e entrada HDMI que permite o espelhamento da tela de seu celular e airbags laterais para os bancos da frente.
O Honda HR-V tem 4,3 m de comprimento, 1,8 m de largura, 1,6 m de altura e 2,6 m de entre-eixos. O bagageiro comporta 431 litros de malas, conta com mais 6 litros abaixo do assoalho do porta-malas graças ao uso de um estepe temporário e o encosto do banco traseiro pode ser regulado de forma mais ereta, liberando um pouco mais de espaço.
Missão ousada
Com uma média prevista de vendas na casa das seis mil unidades por mês, a Honda está depositando uma grande responsabilidade nos (largos) ombros do HR-V. Além de entrar num mercado que já tem donos, como o Duster e o EcoSport, vai pegar de frente o Jeep Renegade, que trará opção por um motor a diesel e tração 4x4 de verdade com caixa de redução.
Mas Sérgio Bessa, diretor comercial da Honda, confia no produto: “nós acreditamos que os clientes verão no HR-V uma opção com visual diferenciado e um pacote de equipamentos vantajoso. Além disso, o segmento de SUVs compactos está em crescimento”.
E visual, de fato, o carro tem. O modelo não é tão alto, mas mantém proporções largas e grandes caixas de rodas para o deixar robusto. O teto, apesar de ser praticamente reto para melhorar o espaço interno, possui uma linha com caimento rápido ao redor das portas para lembrar o desenho de um cupê.
E a medida foi proposital. Tetsuya Mitani, líder assistente de desenvolvimento HR-V afirmou que “desde o início do projeto, nossa intenção era unir o visual sedutor do cupê, a praticidade de uma minivan e as vantagens do SUV, como maior distância em relação ao solo e posição elevada”.
Espaço modular
Como já foi dito, um dos trunfos do SUV foi a utilização de componentes já existentes na linha Honda para manter o carro competitivo. Além do preço, a atitude também ajudou em praticidade. O HR-V possui o mesmo sistema ULT no banco traseiro, como no Fit, que permite o rebatimento completo com apenas um movimento e criando um assoalho plaino e permite erguer o assento para utilizar tal espaço no transporte de itens mais altos.
Mas não é só para bagagens que a traseira do carro é boa. Por lá há espaço de sobra para cabeça e joelhos. Apenas um terceiro passageiro no meio viajará com um pouco menos de conforto. O tanque de combustível fica abaixo da primeira fileira de bancos, deixando o assoalho plaino pra quem vai atrás.
Na frente, a mesma sensação de que espaço não falta e outras configurações facilitam a vida de quem vai por lá, como é o caso do console mais alto para o câmbio viabilizando um porta-trecos logo abaixo que abriga as duas saídas USB, a tomada 12V e a entrada HDMI disponíveis na versão EXL avaliada pelo iCarros. Em todas, o painel é baixo, mas os assentos são elevados, o que permite uma boa visibilidade e a tão desejada - nesse segmento - posição mais alta para guiar.
Câmbio de um, motor do outro e personalidade própria
É a primeira vez que a Honda une o câmbio CVT do Fit ao motor 1.8 do Civic, que originalmente usa uma caixa automática de cinco velocidades. E o resultado foi uma personalidade própria. Ao contrário do hatch, que fica mais tempo com o giro alto para compensar o motor menor, o HR-V sabe se comportar e usar seus 17,3 kgfm de torque (etanol) para deixar as rotações mais baixas. No uso urbano, o trabalho do propulsor e da transmissão é imperceptível.
Outros itens do carro também tornam a tarefa de “domar” a selva de pedra mais fácil. Como a direção com assistência elétrica, leve na baliza e ganha peso de forma natural conforme a velocidade aumenta. Com um acerto de suspensão mais suave que o do modelo dos EUA, fez pouco caso das esburacadas ruas e estradas nos arredores de Brasília (DF), algo que seria mais perceptível no Civic.
Outro item amigável para o intenso tráfego urbano é o Auto Brake. Ao lado do freio de mão há mais um botão que aciona essa função. Quando ligado, o sistema se encarrega de deixar o carro freado mesmo com o veículo engatado e sem usar o pedal de freio. No anda e para e entre uma sequência de semáforos, é um alívio.
Na estrada o cenário muda um pouco. Apesar de não passar insegurança, o veículo é mais alto que seus “primos” hatch e sedã, e não é leve: são 1.276 kg na versão EXL. Então, nas mudanças de direção, a carroceria aderna mais.
Enquanto a velocidade rodoviária é constante e o relevo ajuda, o HR-V atinge 120 km/h a apenas 2.000 rpm, o que ajuda não só no conforto acústico como na economia de combustível. Porém, qualquer mudança nesses parâmetros exige mais paciência por causa do câmbio CVT. Numa retomada, por exemplo, a caixa vai priorizar a potência máxima, atingida apenas em rotações mais elevadas, e o conta-giros vai ficar lá em cima enquanto o motorista demandar mais desempenho. A consequência é que, a partir das 3.000 rpm, o ruído do motor se faz presente na cabine, quebrando o outrora silencioso do habitáculo, e, enquanto os giros sobem, o carro demora para embalar.
Vai vender - Sim, pois o carro está na mesma faixa de preço de seus concorrentes e traz visual diferenciado, farta lista de itens de série e equipamentos de segurança importantes para todas as configurações. Só é difícil saber se a Honda vai atingir seu objetivo de 50 mil unidades vendidas até o final do ano.
Por enquanto, a expectativa é a de que a versão mais cara, EXL, seja responsável por 46% das vendas, seguida pela EX (42%). A LX manual mais básica não deve ultrapassar 1% das vendas nas previsões da Honda.
Confira os preços da linha do Honda HR-V:
LX manual: R$ 69.900
LX CVT: R$ 75.400
EX CVT: R$ 80.400
EXL CVT: R$ 88.700
Viagem a convite da Honda
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