24/10/2018 - Thiago Moreno, de Mogi Guaçu (SP) / Fotos: Divulgação / Fonte: iCarros
A Mercedes-Benz começará a vender em breve em suas lojas brasileiras o CLS 53 AMG 4Matic+. O nome é longo, mas sua relevância também. É o primeiro carro a passar pela AMG equipado com uma motorização eletrificada. Além do motor a combustão, há um sistema elétrico ligado ao virabrequim para acrescentar mais potência e desempenho. Preço? Equivalente a um carro com dois motores mesmo: R$ 599.900.
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Repararam no uso intensivo da palavra “eletrificado”? Pois é, o CLS não é híbrido. Ao menos não na visão de seu fabricante. De acordo com a marca, a eletrificação veio acrescentar desempenho, melhorar o consumo e permitir mais agilidade ao motor à combustão nas fases em que a turbina a ainda está enchendo.
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Falando no motor, sob o capô fica um seis em linha 3.0 a gasolina capaz de entregar 435 cv de potência e 53 kgfm de torque. Consegue isso empregando uma turbina e um compressor elétrico, sim elétrico. Lembram da eletrificação? Então, o “motor elétrico” também faz as vezes de alternador, motor de partida e para carregar o sistema de baterias de 48V que o move e é a corrente necessária para girar suficientemente o compressor elétrico. Das baterias, a corrente passa por um transformador que envia corrente 12V para a bateria convencional dos carros.
Tal motor elétrico está ligado diretamente ao virabrequim do propulsor, assim, ao usar o start-stop, tem-se uma partida mais suave e uma entrega de potência mais imediata. Diferente do Classe C EQ Boost, que tem um sistema acionado por correia. A potência declarada do motor elétrico é de 22 cv e tem torque de 25,5 kgfm. Ou seja, só o motor elétrico do CLS 53 já tem mais torque que o motor 1.0 TSI do VW Polo, por exemplo.
Só que no Mercedes, ele nunca opera sozinho. Não dá para andar com o carro em um modo puramente elétrico. É por isso que a Mercedes não o considera um híbrido. No entanto, devido ao processo de homologação brasileiro, todos os CLS 53 vendidos no Brasil terão no documento a inscrição “híbrido”. Assim, está elegível a descontos de IPVA em alguns estados e isento de rodízio veicular no caso da capital paulista.
Então, resumindo, ao arrancar, o motor elétrico auxilia no primeiro momento, enquanto o compressor elétrico já começa a empurrar mais ar para as câmaras de combustão e, assim, encher a turbina mais rapidamente.
Agora, o próximo capitulo: como toda essa força chega às rodas? A Mercedes-AMG emprega no CLS 53 a caixa 9G-Tronic. Funciona como um automático, mas emprega diversas embreagens para entregar uma troca de marchas similar aos câmbios de dupla embreagem no quesito de rapidez. A tração é integral, como explicitado pelo nome 4Matic. O “+” ao final significa que o sistema pode aplicar qualquer proporção de torque entre os eixos, desde totalmente ao eixo traseiro até 100% para o dianteiro, e qualquer coisa no meio do caminho.
Assim, o cupê de quatro portas consegue acelerar de 0 a 100 km/h em 4,5 segundos. Isso mesmo pesando quase duas toneladas: 1.980 kg. Nas medidas, o CLS 53 tem 5,00 m de comprimento, 2,07 m de largura e 1,42 m de altura, com porta-malas de 490 litros. A Mercedes não declarou o entre-eixos do modelo.
Itens de série
Como não haverá mais um CLS 63 AMG no Brasil (sim, o CLS V8 morreu), caberá ao 53 ser o novo topo de linha do cupê. Assim, chega ao Brasil com um pacote bem recheado de equipamentos. O ar-condicionado tem três zonas, enquanto os bancos, revestidos de couro, têm regulagens elétricas, função memória, aquecimento e ventilação.
Há diversos sistemas de segurança. É o caso do piloto automático adaptativo e itens como assistentes de mudança e permanência de faixa. Inclusive, se o carro achar que você está fazendo algo muito errado, pode esterçar para te tirar de uma enrascada. Se tudo der errado, há nove airbags espalhados pelo carro.
Por dentro, o destaque fica por conta do painel digital de instrumentos, com tela de 12,3 polegadas. Há outra, de mesmo tamanho, faz as vezes de central multimídia.
Visual inédito
O novo CLS 53 é um dos primeiros modelos da marca a trazer para o Brasil a nova linguagem visual da marca. Ela caracterizada pela assinatura luminosa em forma de bumerangue nos faróis. No caso do cupê, é o primeiro a ter a grade mais horizontalizada com duas lâminas, que era exclusividade dos modelos V8 de performance.
No entanto, o caimento do teto em formato de cupê, principal elemento visual do CLS desde a sua introdução, ainda está lá, enquanto as lanternas traseiras envolvem também as laterais, alargando a silhueta na parte posterior do carro. A Mercedes afirma que a área envidraçada aumentou, melhorando a visibilidade. Além disso, o CLS é capaz agora de levar cinco ocupantes, não apenas quatro como na geração anterior.
Eletrizante?
Bacana, seis em linha, turbo, compressor e auxílio elétrico. Então CLS 53 deveria ser um canhão, não é mesmo? Deveria, mas não é. Os números sugerem que ele acelera rápido e provavelmente o faz. No entanto, cumpre a missão sem nenhum drama. Não traz um ronco encorpado, contorna curvas bem até demais e, dentro da cabine, nada parece estar acontecendo.
É um carro para devorar quilômetros de estrada a elevadíssimas velocidades sem cansar. Mas no autódromo Velo Città, em Mogi Guaçu (SP), onde o iCarros teve um breve contato com o CLS 53, o cupê ficou devendo em drama, emoção e senso de ocasião até mesmo para o pequeno CLA 45 AMG, que por lá estava.
Também por lá estava o AMG E 63S e, esse sim, parece o carro feito pela AMG que nós conhecemos e amamos. Com o ronco borbulhante do V8 sempre presente e uma condução que exige atenção e perícia do motorista.
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