15/02/2017 - Texto e fotos: Anamaria Rinaldi / Fonte: iCarros
A Renault apresentou ontem (14) o seu mais novo lançamento, o SUV compacto Captur, que já está chegando às concessionárias e, até março, estará disponível em todo o País. Ele é oferecido em duas versões, Zen e Intense, a primeira com motor 1.6 e preço de R$ 78.900 e a topo de linha com um 2.0 e preço de R$ 88.490.
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Durante o lançamento, o iCarros teve a oportunidade de avaliar apenas a configuração mais cara Intense. O trajeto envolveu trechos urbanos por São Paulo e trechos de estrada em direção ao litoral paulista. Nesse primeiro contato, foi possível perceber que, apesar de seus fortes atributos como visual moderno e amplo espaço interno, há pontos a melhorar para superar rivais como Honda HR-V, Jeep Renegade, Chevrolet Tracker e Hyundai Creta. Vamos às impressões.
Desempenho
A começar pelo motor 2.0 16V flex, é o mesmo propulsor do Duster, que já tinha recebido melhorias na metade do ano passado para reduzir os níveis de consumo. Aliás, vale lembrar que o Captur (pronuncia-se "Cáptur") é feito em São José dos Pinhais (PR) e adota uma derivação da plataforma do irmão mais velho. Ele rende 148 cv e 20,9 kgfm com etanol e 143 cv e 20,2 kgfm com gasolina, com torque máximo disponível a 4.000 rpm.
A única opção de câmbio com esse motor é o automático de quatro marchas, também emprestado de Duster e Duster Oroch. O compartilhamento de componentes foi adotado para diminuir os custos de produção. As trocas manuais são possíveis apenas pela alavanca.
E ao volante? A restrição a quatro marchas não impacta tanto no desempenho na cidade. Esse conjunto vai bem, ainda que não empolgue com arrancadas rápidas. Mas cumpre bem a função. Já na estrada, uma quinta ou sexta marcha ajudaria a dar mais agilidade e reduzir o nível de ruído dentro da cabine - aliás, merece menção honrosa o bom isolamento acústico feito pela Renault. Entre pisar fundo no acelerador e ele ganhar velocidade, há um tempo de reação maior do que nos concorrentes do segmento.
É bom deixar claro que o Captur será vendido apenas com tração dianteira. O modelo russo de quem o nosso Captur deriva tem versão 4x4, mas a Renault afirma que a venda dessa opção no Brasil não está nos planos nesse momento. Ou seja, embora seja possível um Captur 4x4, isso só será oferecido por aqui se a demanda for alta para justificar sua produção.
Dirigibilidade
A suspensão recebeu um ajuste mais macio para privilegiar o conforto independente do piso. Porém, isso cobra um preço na estabilidade. Ao abusar em curvas, ela permite maior inclinação da carroceria. Vamos ressaltar também que a suspensão traseira adota eixo de torção, mesma solução da maior parte dos rivais, embora o Renegade tenha sistema independente também no eixo traseiro - isso melhora a dirigibilidade e a segurança. Explicando: no eixo de torção, quando uma roda passa por uma ondulação no piso, a roda do outro lado sente a mesma interferência, o que não ocorre em sistemas independentes.
Quanto à direção, o Captur possui assistência eletro-hidráulica, um sistema misto que funciona como a direção hidráulica. Porém, não é o motor do carro mas sim um motor elétrico independente que movimenta a bomba de óleo que criará a pressão necessária para auxiliar nos movimentos do volante. Esse mecanismo também ajuda a reduzir o consumo, mas não oferece a mesma precisão dos mais modernos sistemas elétricos, aliás, presentes nos rivais do SUV da Renault. Voltando ao Captur, a direção eletro-hidráulica ficou bem ajustada para a estrada, mas um pouco pesada em velocidades mais baixas.
Acabamento e espaço interno
O acabamento do SUV da Renault peca por faltarem texturas e materiais mais agradáveis. O desenho interno mais limpo do Captur não ficou elegante, mas é bem sóbrio e exibe um toque de modernidade na moldura do quadro de instrumentos e no velocímetro digital, que facilita a leitura. Há ainda opção de acabamento em dois tons, como no carro das fotos.
Ao menos os comandos estão melhor posicionados, com os ajustes dos retrovisores elétricos nas portas. O botão de partida fica no console central, abaixo dos comandos do ar-condicionado - que é igual ao visto em Logan e Sandero. Contudo, ainda podem melhorar as posições do botão Eco e para ligar e desligar o limitador e o controlador de velocidade, todos localizados abaixo da alavanca de câmbio e em frente ao freio de estacionamento. Algumas soluções antigas da Renault também seguem presentes no novo modelo, como a chave cartão e os comandos de áudio em uma alavanca atrás do volante.
A posição de dirigir é elevada, mesmo com o banco na regulagem mais baixa, o que pode não agradar a todos. Ficou faltando ainda ajuste de profundidade no volante. Há, por outro lado, regulagem de altura nos cintos de segurança dianteiros.
Quanto ao banco traseiro, os 2,67 metros de entre-eixos garantem muito espaço para as pernas, acomodando bem três ocupantes atrás. Destaque ainda para o porta-malas, com capacidade para 437 litros, um dos maiores no segmento. Ou seja, se você valoriza o espaço interno, o SUV da Renault foi feito pensando em você.
Equipamentos de série
O Captur topo de linha tem uma oferta bem atraente de equipamentos, como quatro airbags (dianteiros e laterais), controle de estabilidade e de tração, assistente de partida em rampa, isofix, ar-condicionado automático, câmera de ré, sensor de chuva, farol de neblina com função Cornering Light (ilumina curvas), acendimento automático dos faróis, rodas de liga leve de 17 polegadas diamantadas, trio elétrico, alarme, comando de áudio na coluna de direção, volante e banco do motorista com regulagem de altura, luzes diurnas de LED, retrovisores rebatíveis eletricamente, piloto automático com indicador e limitador de velocidade e central multimídia Media Nav com tela de 7” sensível ao toque, GPS integrado e conexão Bluetooth. Os únicos opcionais são bancos revestidos de couro (R$ 1.500) e pintura em dois tons (R$ 1.400) - o teto pode ser marfim ou preto.
Vai vender? - A Renault não quer falar nesse momento em expectativa de vendas, preferindo aguardar os primeiros seis meses para estudar como o Captur se posicionará no mercado. Até porque o maior volume deverá ser da versão 1.6 CVT a ser lançada entre maio e junho. Mas não há dúvida de que a estimativa seja vender mais do que as 2.100 unidades que o Duster emplacou, em média, em 2016, segundo dados da Fenabrave.
Aliás, o Duster deverá ficar restrito a opções mais em conta para ocupar o posto de SUV de entrada da marca. A configuração automática que poderia competir com o Captur deve ficar disponível apenas para venda direta, incluindo frotistas e pessoas portadoras de deficiência.
Test-drive a convite da Renault
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