31/05/2017 - Texto e fotos: Anamaria Rinaldi / Fonte: iCarros
Agora que você já conhece todas as versões, motorizações e equipamentos do novo Fiat Argo, o iCarros conta o que achou do modelo HGT 1.8, testado em uma pista no interior de São Paulo tanto na versão manual quanto na automática, que tem seis marchas. A HGT manual custa R$ 64.600 e a automática sai por R$ 70.600.
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Primeiro, vale destacar que o Argo já está disponível nas concessionárias de todo o País em um total de sete versões (Drive, Precision e HGT), com motores 1.0, 1.3 e 1.8. Aqui, você lê as impressões do modelo 1.8 topo de linha, o HGT, que exibe um visual mais esportivo no exterior e no interior.
Visual esportivo?
O HGT se diferencia das demais versões por trazer grade dianteira com acabamento vermelho na parte inferior, spoilers no para-choque, moldura preta na parte inferior da lateral e nas caixas de roda, ponteira de escapamento trapezoidal cromada e revestimento vermelho na parte central do painel. No visual, é isso, lembrando que o estilo do Argo é bem moderno e deve agradar.
E de onde vem HGT? Se você tem mais de 20 anos deve se lembrar do Brava. Pois bem, a nomeclatura HGT - da sigla para High Gran Turismo - veio emprestada do modelo do passado, vendido aqui entre 1999 e 2003.
Motorização e desempenho
A versão topo de linha possui motor 1.8 flex que desenvolve 135 cv e 18,8 kgfm com gasolina ou 139 cv e 19,3 kgfm com etanol. A transmsisão pode ser manual de cinco marchas ou automática de seis, esta última com borboletas atrás do volante para fazer as trocas manuais.
Ao volante, claro que o modelo manual é mais empolgante em uma pista. Ele deixa o carro mais "na mão". Mas vamos considerar no dia a dia nas grandes cidades. Aí a transmissão automática faz toda a diferença. É mais cômodo e, no Argo, o conjunto caiu muito bem. Aliás, é o mesmo conjunto de Toro e Jeep Renegade, com a mesma relação de marchas inclusive. Mudam apenas as calibrações para se adaptar melhor ao hatch.
Considerando que o Argo é mais leve que Toro e Renegade, as respostas ficaram mais rápidas, mas em uma subida o carro precisa de tempo. O câmbio automático trabalha muito bem, sem trancos ou vacilos, mas parece faltar fôlego ao motor em condições mais adversas como ladeiras. Se você não embalar, o câmbio reduz - até três marchas - e, aí sim, pode acontecer um tranco para subir os giros e dar aquele empurrãozinho para ganhar velocidade.
E mesmo que você já tenha dirigido Toro ou Renegade com esse conjunto, vale a pena fazer o test-drive do Argo, você vai notar diferenças. Lembre-se ainda que existem as borboletas no volante para fazer as trocas manuais quando você achar necessário. E no modelo com transmissão manual? Os engates poderiam ser mais precisos, como nos carros da Volkswagen, mas nada que tire o brilho do carro ou prejudique a sua dirigibilidade. Se você faz questão de trocar as marchas, não vai se decepcionar.
Falando em dirigibilidade, o Argo já vem com direção elétrica progressiva. Ou seja, a rigidez do volante varia conforme a velocidade, sem a necessidade do modo City como existe no Mobi e no Uno. Rodando no asfalto lisinho da uma pista, não foi possível notar falhas no acerto das suspensões - que usa eixo de torção na traseira. Ao menos nessa condição, ela filtrou bem as poucas falhas no piso, destacando também que na versão HGT há uma calibração mais esportiva em relação às demais configurações. O resultado é um carro estável e seguro nas curvas, com ótima estabilidade mesmo abusando um pouco mais.
Consumo
Segundo os dados aferidos pelo Inmetro no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV), o Argo HGT manual obteve nota B, com médias de 7,8 km/l (cidade) e 9,2 km/l (estrada) com etanol ou 11,4 km/l (cidade) e 13,3 km/l (estrada) com etanol. Já a versão automática recebeu nota D. Ela faz 6,9 km/l (cidade) e 9,1 km/l (estrada) com etanol ou 10 km/l (cidade) e 12,8 km/l (estrada) com etanol. Não foi possível fazer testes de consumo na pista, mas o iCarros trará números do dia a dia em uma próxima avaliação.
Acabamento e espaço interno
A Fiat caprichou nos detalhes e o Argo parece mesmo um carro de segmento superior. Os materiais são bem mais agradáveis do que aqueles vistos no Uno, por exemplo, ou então nos modelos que substitui, como Punto e Palio. Destaque ainda para a faixa colorida no painel.
O desenho da cabine ficou moderno, com um belo quadro de instrumentos e uma central multimídia com tela elevada, acima das saídas de ar. Isso facilita a sua visualização, já que o motorista não precisa abaixar os olhos para ler as informações. A tela tem sete polegadas e é sensível ao toque. Aliás, ela tem boa sensibilidade, bastando um leve toque para entender o comando - infinitamente melhor do que aquela presente no Renegade, por exemplo, que é pequena e a sensibilidade não é tão boa. A central ainda conta com comandos por voz e espelhamento de smartphones via Android Auto ou Apple CarPlay.
O porta-malas tem capacidade para 300 litros - a mesma do HB20 - o que não está nada mal. No banco traseiro, três adultos conseguem se acomodar, mas com um pouco de aperto em função da largura. Há bom espaço para pernas e cabeça. Além disso, todos os ocupantes têm cintos de segurança e encosto de cabeça e há isofix para as cadeirinhas infantis.
Equipamentos de série
O Argo HGT vem bem equipado, com banco do motorista com regulagem de altura, chave canivete, computador de bordo, direção elétrica progressiva, isofix, Start/Stop, rodas de liga leve de 16 polegadas, faróis de neblina, alarme, volante revestido de couro com regulagem de profundidade e altura, controle de estabilidade e de tração, assistente de partida em rampa, retrovisores com função Tilt Down e setas integradas, trio elétrico, quadro de instrumentos com tela de 7" personalizável, monitoramento da pressão dos pneus, multimídia com tela sensível ao toque de 7 polegadas e conexão via Apple CarPlay e Android Auto e volante multifuncional.
Na versão automática, vem de série também borboletas atrás do volante, piloto automático, apoio de braço para motorista e luzes ambientes.
São opcionais em ambas: airbags laterais, Kit Parking (câmera de ré e sensor de estacionamento traseiro), Kit Tech (ar-condicionado digital, retrovisores com rebatimento elétrico e luz de conforto, keyless, sensor de chuva, sensor crepuscular e retrovisor interno eletrocrômico) e Kit Stile (bancos revestidos de couro ecológico e rodas de liga leve aro 17" com pneus 205/50 R17).
Conclusão
Por ser o hatch mais caro à venda no catálogo da Fiat, esperava um modelo mais completo de fábrica. A central multimídia é um enorme avanço, não há dúvidas, mas acendimento automático dos faróis e sensor de chuva estão cada vez mais comuns e mereciam estar ao menos na opção topo de linha - são apenas opcionais. No quesito desempenho, o Argo também dá um passo à frente e reúne um bom conjunto mecânico, mas consome muito assim como Toro e Renegade com o mesmo motor e câmbio.
O Argo se sai bem em visual e conectividade, mas considerando a opção HGT, terá dificuldade em liderar o segmento se não resolver seus pequenos problemas. Segundo a Fiat, a HGT deve ficar apenas com 10% das vendas do hatch.
Test-drive a convite da Fiat
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