14/12/2017 - Anamaria Rinaldi, de Tucson (Arizona, EUA) / Fotos: Anamaria Rinaldi e divulgação / Fonte: iCarros
Poucas semanas após revelar a quarta geração do Wrangler durante o Salão de Los Angeles, a Jeep fez a apresentação do modelo para a imprensa mundial. E o iCarros esteve lá. Confirmado para chegar ao Brasil entre meados e o segundo semestre de 2018, o jipe manteve seus atributos fora de estrada e o visual característico com a grade de barras verticais, os faróis redondos e as portas e teto removíveis. Mudou, mas manteve o DNA fora de estrada.
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Agora na linha 2018, o Wrangler chegará importado dos Estados Unidos mantendo as opções de duas e quatro portas - batizada de Unlimited. Com duas portas, as versões lá fora são Sport, Sport S e Rubicon, enquanto com quatro portas há ainda a configuração Sahara.
Não estão definidas, contudo, quais opções desembarcarão por aqui, lembrando que atualmente está disponível somente a Sport. Por enquanto, a Jeep confirma apenas que pretende trazer outras versões, sem especificar quais estão em estudo. Será que teremos a Rubicon? É certo que seguiremos com versões duas e quatro portas, sendo que esta última é a que mais vende no país.
Estilo único
No design, as versões Sahara e Rubicon têm faróis de LED e luzes diurnas. Atrás, as tradicionais lanternas quadradas podem ser de LED. Há também dezenas de combinações de porta, capota e para-brisas e, a partir de 2019, estará disponível um novo design de meia porta.
Por dentro, ele recebe painel de instrumentos com tela TFT semelhante ao conjunto usado por Renegade e Compass no Brasil. Outra novidade na cabine fica por conta da central multimídia uConnect, localizada no centro de uma faixa pintada na cor da carroceria. Ela oferece espelhamento de smartphones via Android Auto e Apple CarPlay.
Motorização
Quanto à motorização, o Wrangler 2018 terá nos Estados Unidos as opções do 3.0 V6 a diesel (263 cv), o novo 2.0 turbo (273 cv) e um aprimorado 3.6 V6 a gasolina (288 cv). Já a transmissão pode ser manual de seis marchas - de série com o motor V6 a gasolina - ou automática de oito velocidades.
E no Brasil? A chance é de chegar apenas o motor 2.0 turbo de quatro cilindros a gasolina, que estreia agora no Wrangler, com o câmbio automático de oito marchas. Atualmente, o jipe é vendido aqui com motor 3.6 V6 e câmbio automático de cinco velocidades, mas a Jeep não confirmou se continuará a oferecer essa motorização no país.
Como anda?
Testamos o novo Wrangler na versão Sahara, equipada com um pacote Overland que, segundo a Jeep, pode virar nome de versão em outros mercados. Se você acha que o V6 fez falta, vamos olhar os números: esse 2.0 turbo entrega 273 cv e 40,7 kgfm de torque máximo, enquanto o V6 anterior rende 285 cv e 35,4 mkgf de torque. Lembre-se de que, no dia a dia e especialmente no uso fora de estrada, é o torque que importa mais, já que é a força que move o carro e o tira da imobilidade.
Sendo assim, o 2.0 na verdade caiu muito bem ao jipe e mostrou fôlego em subidas, em retomadas na estrada e nas situações cotidianas. O câmbio tem funcionamento suave, sem nenhum tranco e com trocas no tempo certo. Aliás, vale destacar que o torque máximo está disponível a partir de 3.000 rpm, mas em 1.500 rpm você já sente o carro embalando. O conjunto não tem críticas. Há também sistema Start/Stop, que liga e desliga o motor suavemente.
Por outro lado, a direção eletro-hidráulica pareceu leve demais em velocidades altas, perdendo a precisão nas manobras, principalmente na estrada. Você precisa corrigir o volante regularmente. Além disso, o pedal do freio é fundo demais, o que comprometeu um pouco a regulagem da posição de dirigir, sem falar na dirigibilidade, claro. A posição de dirigir, por sinal, é bem alta, mas não mudou em relação ao modelo antecessor, que já tinha essa característica.
Merece elogios o isolamento acústico. Apesar de toda a versatilidade para baixar o para-brisas, remover portas e teto, você ouve muito pouco barulho de rolagem dos pneus ou mesmo de vento.
A suspensão também recebeu mudanças e, ao volante, parece um pouco mais macia. Ela ainda é firme e precisa ser assim para o off-road, mas está mais suave nos trancos nas estradas de terra. Isso melhorou o conforto a bordo independente da situação. Após um breve contato com a versão Rubicon, essa observação fica ainda mais clara, uma vez que a Rubicon é mais voltada para o fora de estrada e traz pneus próprios para isso.
É fora de estrada, mesmo
Além da modernização do exterior e do interior, com novo desenho e novos materiais na cabine, o Wrangler adota pela primeira vez peças de alumínio, como portas, capô e moldura do para-brisa, para reduzir o peso. Outra alteração está nas janelas maiores para melhorar a visibilidade e na inclinação do para-brisa para melhorar a aerodinâmica. O para-brisa, aliás, possui um novo design de quatro parafusos que permite dobrá-lo mais facilmente.
E também pela primeira vez na história do Wrangler, o jipe recebe caixa de transferência de duas velocidades com tração integral permanente e relação reduzida de 2,72:1 disponível na versão Sahara. A alavanca, contudo, segue lá para o condutor selecionar a tração manualmente.
E no Rubicon, há evoluções em articulação e curso de suspensão em comparação à geração anterior com a ajuda de uma barra estabilizadora eletronicamente desconectável. É possível ainda equipar o Wrangler com o Trac-Lok, um diferencial traseiro de deslizamento limitado que oferece torque e aderência extras durante situações escorregadias e de baixa tração, como a condução sobre areia, cascalho, grama molhada, lama fina, neve ou gelo.
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Para as trilhas, o ângulo de entrada é de 44°, o de saída é de 37° e o de rampa é de 27,8°, distância livre do solo de 27,7 cm. São 76 cm de capacidade de submersão. Além disso, há placas de proteção sob a carroceria e ganchos de reboque dianteiros e traseiros.
Acabamento e espaço interno
Se o excesso de plástico do Wrangler Sport era um problema, torça para chegar ao Brasil a versão Sahara. Ela adota materiais mais macios em algumas áreas, como no topo do painel. No geral, o interior está mais agradável, embora o modelo testado exibia pequenas falhas de encaixe. E a central multimídia nova é uma bela evolução.
O espaço no banco traseiro não é muito amplo, mas um adulto de estatura mediana consegue acomodar bem as pernas. Para a cabeça, porém, não há problemas. E o encosto é levemente inclinado, o que torna as viagens mais confortáveis.
Conclusão
Quem gosta de fazer trilhas já conhece as aptidões do Wrangler e seria "chover no molhado" gastar linhas com isso. No modelo 2018, a ideia foi aprimorar o que já era bom. E deu certo. Resta aos brasileiros aguardar o segundo semestre de 2018 para ter mais detalhes de versões, equipamentos e preços para o país. E agora com um novo motor que promete brilhar.
Viagem a convite da Jeep
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