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A3 Sedan nacional tem motor flex, mas perde DNA alemão

Modelo nacional chega às lojas na semana que vem em duas versões 1.4 com preços de R$ 99.990 e a R$ 109.990

12/11/2015 - Anelisa Lopes / Fotos: Divulgação / Fonte: iCarros

Para sair da linha de produção da fábrica de São José dos Pinhais (PR), o A3 Sedan passou por três importantes mudanças: ganhou motor turbo bicombustível 1.4, que passou dos 122 cv para 150 cv de potência, substituiu o câmbio automatizado de dupla embreagem de sete marchas por um automático sequencial de seis velocidades e trocou a suspensão traseira independente em cada roda por um conjunto por eixo de torção. Os valores foram mantidos em R$ 99.990 para a versão Attraction e R$ 109.990 para a Ambiente. A topo de linha Ambition será lançada ainda neste mês com motor de 2,0 litros a gasolina, transmissão DSG, e será fabricado no Sul do País a partir do ano que vem. 

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Na configuração de entrada, o modelo vem de série com ar-condicionado, direção eletromecânica, farois bixenônio com ajuste de altura e lavadores e iluminação em leds, sensor de estacionamento traseiro, rodas de 16 polegadas, tecnologia start stop com desligamento e acionamento automático do motor em paradas, sistema multimídia MMI e freio de estacionamento elétrico. A opção Ambiente agrega borboletas para trocas de marcha atrás do volante e rodas de 17 polegadas. Opcionalmente, estão disponíveis teto solar, freio adaptativo, câmera de estacionamento e sistema que alerta mudança de faixa involuntária ou sem acionamento da seta.

Adaptando-se ao clima brasileiro

A principal vantagem da nacionalização do A3 Sedan não está na possibilidade de escolha em abastecer o modelo com álcool ou gasolina. Com autonomia declarada pela montadora alemã de 7,8 km/l e de 9,9 km por litro de álcool em trecho urbano e rodoviário, respectivamente, o modelo ficou 28 cv mais potente, enquanto o torque foi de 20,4 para 25,5 kgfm - e já começa em 1.500 rotações - com a substituição do bloco. O ganho é perceptível não só na arrancada como também em velocidade final. Agora são 8,8 s para ir de 0 a 100 km/h e 215 km/h de máxima contra 9,4 segundos e 212 km/h do modelo que bebia somente gasolina. 

Para se adaptar ao mercado brasileiro, no entanto, a Audi também substituiu o câmbio automatizado de dupla embreagem - aquela que pré-engata a próxima marcha para dar rapidez às mudanças - por uma transmissão convencional de seis marchas, lembrando que as borboletas para trocas manuais são opcionais. A suspensão traseira independente também foi alterada por uma com eixo de torção. Estas modificações, de acordo com a montadora, não foram por custo nem para se adequar ao processo produtivo da fàbrica da Volkswagen - onde compartilhará morada com o Golf -, mas para se moldar às preferências de conforto do consumidor brasileiro. E faz diferença?

Sim para quem conhece as características de um modelo de origem alemã e não para quem está ingressando no mercado premium com este modelo. No primeiro caso, é nítida a percepção que o A3 Sedan perdeu seu DNA germânico no que diz respeito à pegada esportiva. Entenda-se neste ponto que ser esportivo não depende apenas de um motor de tantos cavalos, mas de um conjunto formado, entre outros pontos, por rapidez na resposta das mudanças de velocidadade, no acerto mais rígido da suspensão e numa carroceria que pouco oscile ao transpor obstáculos ou em curvas. Por outro lado, quem desconhece os atributos de um veículo assim, continuará levando para casa um modelo com desempenho e acabamento esmerado de um Audi.

Com a perda do câmbio DSG, o ponteiro do conta giros tem de subir mais para que a troca aconteça. E esta demora é percebida principalmente na retomada de velocidade após redução de marcha. As borboletas dão mais agilidade nas utrapassagens, mas não podem ser comparadas à agilidade da tecnologia de dupla embreagem. O câmbio automático sequencial é mais confortável e silencioso, mas, com certeza, provoca uma performance mais contida em algumas situações de rodagem. A suspensão mais macia, por sua vez, vence melhor os buracos das ruas, mas provoca mais balanço na carroceria. 

Vai vender? - Mais potente, com o mesmo acabamento do modelo importado e manutenção do preço, o A3 Sedan 1.4 nacional se mantém como porta de entrada do mercado premium para novos clientes, mesmo com a adoção de um câmbio e suspensão menos evoluídos. A Audi pretende fabricar 1.000 unidades do modelo até o final do ano e, para 2016, com uma meta de 20 mil unidades comercializadas no mercado brasileiro, espera-se que pelo menos metade corresponda às duas versões do A3 Sedan nacional, sendo a recém-apresentada 1.4 flex e a 2.0 DSG de 220 cv a gasolina, que chegará às lojas no final do ano. 

Teste drive a convite da Audi

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