Chevrolet Astra Sedan
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A expectativa de vida de um determinado carro é de seis anos com uma cirurgia plástica no meio. Depois disso, é hora de evoluir, ser substituído ou morrer. Esse processo, porém, acontece na Europa. No Brasil, o mercado se comporta de forma diferente. A Volkswagen Kombi, por exemplo, está no mercado há mais de cinco décadas. O Fiat Mille sobrevive há 24 anos. Há também o contrário, carros que ficam pouco tempo entre nós e que são logo substituídos ou saem de linha.
Mas quando chega a hora de deixar a linha de produção? Os motivos são diversos e vão desde queda nas vendas a até abrir espaço para a fabricação de outro modelo, caso da Toyota Fielder, em agosto. A montadora explica, através de sua assessoria de imprensa, que a perua não tem uma substituta no mundo (a Fielder japonesa é mais estreita) e a demanda pelo sedã Corolla é maior, portanto, é preciso deixar espaço na linha de produção.
Outro motivo também poderia ser a ascensão dos utilitários esportivos, o que teria feito a perua perder mercado, mas a Toyota nega e diz que a Fielder mantinha boas médias de vendas, de 200 a 300 unidades por mês até ter sua trajetória interrompida, ficando em segundo na categoria, atrás da Renault Mégane Grand Tour, que vendia cerca de 100 carros a mais. Um substituto, provavelmente importado, está em pauta.
Perda de mercado aconteceu com o Chevrolet Astra Sedan depois da chegada da nova geração do Vectra. Para ocupar o seu lugar, a montadora criou uma versão mais barata, a Expression, e o Astra com carroceria de três volumes ficou restrito a frotistas. O mesmo aconteceu com o Volkswagen Santana, vedete dos taxistas, que perdeu mercado e acabou sendo substituído pelo Bora, o qual não conseguiu o mesmo sucesso. Na China, a fabricação do Santana ainda é mantida.
Nos casos das substituições, a de maior sucesso em 2008 foi a do Gol. O antigo vinha liderando o mercado, mas já mostrava sinais de cansaço. Com motor longitudinal, o projeto antigo deu lugar a um carro completamente novo, que chegou a vender o dobro do segundo colocado, o Fiat Palio.
A sua versão sedã, o Voyage, sumiu em 1995, quando a Volkswagen entendia que não havia mais mercado para ele. Sendo assim, a segunda geração do Gol não teve uma carroceria de três volumes e teve de assistir ao Corsa Sedan e Siena reinarem no mercado. Somente neste ano a montadora admitiu o erro, corrigiu a estratégia e relançou o modelo.
O mesmo hiato teve a Fiat no segmento de sedãs médios. O Marea entrou no lugar do Tempra, mas suas vendas foram caindo, mesmo com duas reestilizações para agradar ao público. No fim do ano passado, sendo vendido com motor 1.6, o sedã não resistiu e saiu de linha. O substituto só veio em setembro, com a chegada do Linea.