15/05/2019 - João Brigato / Fotos: Divulgação / Fonte: iCarros
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Mas o que é um câmbio automatizado de embreagem única?
Diferentemente de um câmbio automático tradicional que conta com conversor de torque ou um CVT com suas polias, o automatizado de embreagem única é mais simples. Toda base é de um câmbio manual tradicional, o que torna o sistema mais barato que outros tipos de câmbio que dispensam o pedal de embreagem.
Ele traz atuadores hidráulicos que operam a embreagem e o câmbio e são conectados aos computadores do carro para saber qual marcha deve ser selecionada e em que momento. O problema desse tipo de transmissão é a quantidade de trancos. Pelo fato de o motorista manter o pé no acelerador o tempo todo, na hora das trocas, o câmbio tende a dar fortes solavancos, já que desativa o acelerador e faz as mudanças.
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Muitos donos de automatizados costumam mudar a maneira de dirigir e tirar o pé do acelerador na hora de trocar a marcha, usando o câmbio sempre no manual. Isso resulta em menos solavancos. Outra desvantagem é a lentidão nas trocas e também na ativação do creeping, que é aquela pequena aceleração ao tirar o pé do freio, ideal para manobras. Alguns automatizados mais antigos não contam com essa função.
Por que todos desistiram do câmbio automatizado?
A pioneira entre os carros produzidos no Brasil com transmissão automatizada de embreagem única foi a Chevrolet Meriva em 2007. Na época, Chevrolet, Fiat e Volkswagen já testavam o sistema para ser empregado no Brasil. O câmbio automatizado era usado há anos na Europa e Índia e surgiria como uma alternativa mais barata que o automático tradicional, ainda nada popular no Brasil.
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Na Meriva o conjunto não convenceu, sendo criticada pela alta quantidade de trancos e pela lentidão do sistema. A Chevrolet ainda insistiu na ideia com o Agile, mas o câmbio Easytronic morreu junto ao hatch em 2014. A Meriva, pouco antes de ser aposentada em 2012, já havia abandonado o criticado câmbio.
A Chevrolet resolveu investir diretamente na transmissão automática tradicional, algo que se mostrou um grande acerto da marca. A caixa de seis marchas foi empregada em Onix, Prisma, Cobalt e Spin, dando fim ao malsucedido automatizado Easytronic.
Na Volkswagen a história começou em 2009 com o Gol e Voyage. Batizado de I-Motion, o câmbio automatizado logo se espalhou pela linha. Foi usado em Fox, SpaceFox e up!, mas nunca foi um sucesso de público e crítica.
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Gol e Voyage abandoaram o I-Motion em 2018 quando ganharam câmbio automático de verdade. Também no ano passado, o Fox deixou de oferecer o automatizado quando a Volkswagen promoveu uma reorganização das versões. A SpaceFox morreu sem o I-Motion, já o up!, último da família a ainda oferecer essa transmissão, a deixou de lado no mês passado quando a linha 2020 chegou.
Diferentemente de Volkswagen e Fiat que mantiveram por um bom tempo suas transmissões automatizadas, a Renault chegou com o Easy’R no Brasil no auge das críticas à esse sistema e rapidamente o tirou de linha. Ele chegou em 2014 mas saiu de cena somente neste ano, ainda que ninguém lembrasse.
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A Renault substituiu o velho câmbio automático de quatro marchas (que ainda sobrevive em Captur, Duster e Oroch) pelo automatizado Easy’R em Sandero e Logan. Com pouca divulgação e muitas críticas, ele deixou de ser oferecido para os compactos já em 2017. A Renault ainda insistiu com o câmbio no Sandero Stepway até março deste ano.
Fiat: a resistência
Em 2009, poucos meses antes da Volkswagen, a Fiat trouxe o Dualogic para o Brasil. O câmbio automatizado de embreagem única logo se espalhou por toda linha de modelos da marca. Foi de Palio, Weekend, Strada, Siena, Uno e Mobi até Stlio, Doblò, Idea, Linea e Bravo. A grande crítica com o sistema era nos modelos médios, que tinham rivais automáticos de fato.
A Fiat fez mudanças grandes no câmbio automatizado, melhorando ele a passos largos ao longo do tempo. Tanto que em 2013 passou a usar o nome Dualogic Plus por conta das alterações e também da inclusão da função creeping dos automáticos tradicionais.
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Em 2017, a Fiat removeu a transmissão automatizada de Siena, Strada, Weekend e Doblò. A Idea morreu ainda oferecendo essa transmissão. Com a chegada do Mobi, o Dualogic mudou de nome para GSR e passou a ser oferecido apenas no subcompacto. Apesar de alterado sensivelmente, ele continuava com os mesmos problemas dos automatizados.
O câmbio passou a ser oferecido nas versões 1.3 de Argo e Cronos, além do Uno também com motor 1.3. Quando a Fiat limou versões do Uno, ela deixou de vende-lo com câmbio GSR. Já Argo e Cronos devem receber uma transmissão automática tradicional (ou CVT) em breve para substituir o GSR. Esse pode ser o fim do câmbio automatizado de embreagem única caso o Fiat Mobi também o abandone, já que Renault, Chevrolet e Volkswagen já desistiram.
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