Eagle Premier: Chrysler e Renault já se uniram e deu errado

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Em 28 de maio, você leu aqui no iCarros que a FCA havia feito uma proposta ao Groupe Renault de fusão 50-50 entre Fiat-Chrysler e o grupo francês. A ideia parece ser ótima no papel e criaria o 3º maior grupo automotivo do mundo, ficando atrás apenas de Toyota e Volkswagen. No entanto, no final da década de 1980, Chrysler e Renault já trabalharam juntas e o resultado não foi dos melhores. O resultado dessa antiga junção foi o Eagle Premier.

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AMC e Renault

Quando se fala de marcas dos EUA, as três primeiras a vir à mente são General Motors, Ford e Chrysler. No entanto, houve uma quarta força por lá: a American Motors Corporation, ou simplesmente AMC. No início dos anos 1980, a AMC chegou a vender modelos Renault nos EUA, dando origem a carros estranhos para aquele mercado.

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Um deles foi o Renault Le Car, versão para os EUA do clássico Renault 5 francês. Logo depois era apresentado o Renault Alliance, cujo nome homenageava a parceria das duas empresas. Ao final dos anos 1980, no entanto, a AMC não estava bem financeiramente e a parceria caminhava para o fim.

Chrysler queria a Jeep, acabou com um Renault

Antes de falarmos de como um carro da Renault acabou sendo vendido nos EUA pela Chrysler, é preciso entender um pouco da AMC na época. Na década de 1980, a empresa era dona da marca Jeep, mas eles não eram os únicos 4x4 da AMC.

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A companhia tinha uma linha de compactos (para os padrões dos EUA), incluindo hatches e peruas, dotados de tração 4x4. Eram os AMC Eagle. Assim, a AMC era uma das poucas a oferecer a tração integral tanto em SUVs quanto em modelos mais acessíveis.

Com a AMC ficando mal das pernas, a Chrysler viu uma oportunidade de conseguir pegar a renomada marca Jeep para si, o que ocorreu em 1987. No entanto, acabou também com os modelos da linha Eagle, que gozavam até de relativo sucesso, principalmente nos estados mais frios dos EUA e também com os frutos da parceria entre a AMC e a Renault.

Chrysler + Jeep + AMC Eagle + Renault = Eagle Premier

Juntando este caldeirão todo, digno de roteiro de novela, a Chrysler teve acesso ao projeto do Renault 25, um sedã grande da marca francesa que seria feito no Canadá em parceria com a AMC. Nascia assim, para o ano/modelo 1988, o Eagle Premier. Sim, a Chrysler criou uma marca nova com o nome de um antigo modelo AMC.

O que o Renault americano tinha?

Se você gosta de uma salada cultural, o Eagle Premier é o carro certo para você. Desenvolvido em parceria entre a AMC dos EUA e a Renault da França, com visual assinado pelo estúdio italiano Italdesign (de Giorgietto Giugiaro), era fabricado no Canadá para o público norte-americano.

Nas medidas, ele tinha 4,89 m de comprimento, 1,77 m de largura, 1,34 m de altura e 2,69 m de entre-eixos. Sob o capô, o Eagle Premier poderia ser equipado com motores de quatro cilindros em linha ou V6. O câmbio era sempre automático de quatro velocidades.

O antigo motor de quatro cilindros era da própria AMC e tinha 2,5 litros de capacidade cúbica (150 polegadas cúbicas). Na época do Eagle Premier, utilizava injeção eletrônica monoponto, válvulas no cabeçote e comando no bloco (OHV). Assim, entregava 119 cv e pouco mais de 18 kg de torque.

Já a opção V6 era da família PRV. O nome vinha de Peugeot, Renault e Volvo, mas talvez sua aplicação mais famosa tenha sido no DMC DeLorean, usado na trilogia de filmes De Volta Para O Futuro. Trata-se de um motor 2.8 com comando de válvulas no cabeçote (OHC) e desenvolvia 132 cv de potência e 21 kgfm de torque.

No final, parceria não deu certo

Em 1988, a expectativa da Chrysler era de produzir 150.000 unidades do Eagle Premier por ano. Em 1989, no entanto, o sedã tinha vendido apenas 32.720 unidades. A produção foi encerrada 1992 por conta das vendas baixas, apesar de a Chrysler ter lançado um modelo “gêmeo” em 1990, vendido como Dodge Monaco.