15/06/2015 - Anamaria Rinaldi / Foto: Divulgação/Steel Blindagens e Hi-Tech Blindagens / Fonte: iCarros
Com os altos índices de roubo e furto de veículos, segurança virou prioridade para muitas pessoas, principalmente nas grandes cidades. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, foram registradas 221.044 ocorrências no Estado em 2014. E só nos quatro primeiros meses deste ano já são 65.894 casos. Por isso, os carros blindados estão se tornando mais comuns, inclusive em carros populares, como Ford EcoSport e Hyundai HB20.
Mas o custo para blindar um carro zero quilômetro é alto, oscilando entre R$ 45 mil e R$ 60 mil para um carro médio. Um Toyota Corolla XEi novo, por exemplo, custa R$ 87.770, com mais os cerca de R$ 45 mil da blindagem, ele não sairia por menos de R$ 133.000. Além disso, o processo leva entre 30 e 40 dias úteis. Mas se você não puder desembolsar tanto, pode optar por um usado. O mesmo Corolla XEi ano/modelo 2013/2014 blindado pode ser encontrado por R$ 107.500 - ou por R$ 52.000 no sedã ano/modelo 2010/2011.
Com pronta entrega e custo menor, os blindados usados podem ser uma boa opção de compra se você adotar alguns cuidados. “O menor custo em relação à blindagem de um carro novo é uma das vantagens de quem faz essa escolha. E se a pessoa se sente realmente ameaçada e prefere não esperar os cerca de 40 dias que leva o processo, o melhor é optar por um veículo usado já blindado”, afirma Laudenir Bracciali, presidente da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin).
De acordo com a entidade, há mais de 120 mil veículos blindados em circulação no País, o que significa bastante oferta se você estiver disposto a procurar. E os números não param de crescer. As empresas consultadas pelo iCarros apontaram um aumento de 40% na procura por blindagem no último ano. Segundo dados do Exército Brasileiro, foram blindados cerca de 18.150 veículos particulares em 2013 e cerca de 18.700 carros em 2014. E os usados também estão em alta. “Houve um crescimento de 30% na procura por blindados usados em relação ao ano passado”, aponta Antônio Donato, diretor executivo da Steel Blindagens.
Tipos de blindagem e desvalorização
Existem seis níveis de blindagem: I, II-A, II, III-A, III (de uso restrito) e IV (proibido para uso civil). O mais comum é o III-A, que resiste a disparos de pistolas 9 mm e revólveres 44 Magnum. “Acredito que 95% da frota de carros blindados no País seja do nível III-A”, diz Alexandre Hernandez, executivo de vendas da Hi-Tech Blindagens.
Ele afirma que a desvalorização de um blindado, se bem conservado, é igual à de um carro sem blindagem. “O que a pessoa precisa ter em mente é que ela está adquirindo dois produtos, o carro e a blindagem. O carro irá desvalorizar como qualquer outro. E a blindagem acompanha o mesmo ritmo. Em média, a desvalorização é de 20% a 30% em dois anos”, afirma. “O erro é achar que o blindado usado custa menos que um não blindado. Na verdade, se bem conservado, um carro do mesmo modelo e do mesmo ano blindado custará mais do que um que não passou pelo processo”, completa.
Segundo Donato, da Steel Blindagens, a conta a ser feita é a seguinte: “em um ano, o carro desvaloriza 20%, mesma porcentagem da blindagem. Ou seja, é preciso descontar 20% sobre o valor do veículo e mais 20% sobre o valor da blindagem. No segundo ano, são 15% de desvalorização. De novo, 15% sobre o valor do veículo e mais 15% sobre o custo da blindagem. E assim acontece sucessivamente”.
Mas Fábio Cortezi, responsável pelo departamento comercial da Inbra Blindados, completa: “a desvalorização de um veículo blindado varia de acordo com o período de garantia da blindagem. Um blindado com a garantia já expirada perde o valor integral da blindagem”.
Veja a seguir 10 coisas que devem ser observadas antes de fechar negócio:
- Pesquise sobre a blindadora
É importante pesquisar a empresa que fez a blindagem e ver se ela possui todas as certificações necessárias. “Saber a procedência do carro ajuda bastante. E se você comprar o usado diretamente de uma blindadora, sabe para quem reclamar se houver qualquer problema”, alerta Hernandez. Por isso, vale a pena checar se a empresa que executou o serviço ainda existe ao adquirir o veículo em um revendedor. Assim você terá a quem recorrer em caso de defeito.
- Confira a documentação do veículo
Todo veículo blindado deve ter essa alteração registrada no documento de porte obrigatório, o CRLV. Veja se a documentação está regularizada, constando a observação “modificado blindagem”. Fazer isso depois da compra custará caro, além de ser um processo bastante trabalhoso. Exija também do vendedor o Termo de Responsabilidade da blindadora (que descreve os materiais usados) e o certificado do Exército, ambos originais ou cópias autenticadas, além da carteira da Polícia Civil. Com isso em mãos, basta fazer uma transferência simples da documentação, como seria na compra de um carro sem blindagem.
- Peça um laudo técnico de uma blindadora idônea
Exija do vendedor um laudo com o check up completo da blindagem. É importante que o carro tenha passado por revisão em uma blindadora certificada. Assim você saberá o real estado de conservação, inclusive das áreas internas que não são visíveis. “A Steel faz um check up gratuito, que leva cerca de duas horas e inclui a verificação de diversos itens como as colunas e as cintas dos pneus”, afirma Donato, da Steel Blindagens. Essas cintas permitem que o carro continue rodando até um local seguro mesmo com os pneus perfurados.
– Observe a blindagem em todo o veículo
Pode parecer bobagem, mas nem sempre a blindagem é realizada em todas as partes do veículo ou ela pode ter sido removida posteriormente. Para garantir a proteção dos ocupantes, toda a cabine deve ser blindada e não só os vidros. “Algumas vezes, ao levar o carro em uma oficina para fazer reparos após uma colisão, a manta da blindagem pode não ter sido colocada novamente da forma correta, o que prejudica a proteção”, orienta Hernandez, da Hi-Tech Blindagens. Por isso o laudo é essencial.
- Inspecione os vidros
O vidro blindado é formado por várias lâminas e, com o tempo, pode haver o deslocamento delas, o que é chamado de delaminação, causando bolhas de ar. Isso reduz a resistência balística e pode exigir até a troca do vidro. “Se a delaminação estiver no início, é possível fazer o reparo, o que custa em média R$ 600. Mas se estiver avançada, será preciso trocar. Para ter uma ideia, um para-brisa novo sai por R$ 6.000”, alerta Hernandez. Examine os vidros com atenção procurando por bolhas, manchas, distorções ou trincas. “A delaminação é o que mais causa manutenção nos blindados”, destaca Antônio Donato, da Steel Blindagens.
- Cheque o funcionamento dos vidros elétricos
Devido ao peso extra, observe se os vidros elétricos estão funcionando corretamente ao abrir e fechar e se a abertura não é apenas parcial, o que pode complicar sua vida em algumas situações, como pedágios e cancelas. “Os vidros elétricos costumam gerar problema em blindados”, alerta Donato.
- Faça um test-drive
A blindagem pesa, em média, entre 150 kg e 200 kg, o que aumenta o desgaste dos sistemas de suspensão e freios. “Essas peças sofrem um desgaste mais acelerado em decorrência do peso agregado ao veículo. Por isso, é indicado fazer uma revisão em uma concessionária ou oficina credenciada”, orienta Cortezi, da Inbra Blindados. É recomendado também fazer um test-drive para observar se há barulhos que indiquem problemas nesses componentes, além de você aproveitar para verificar o funcionamento do motor e do câmbio.
- Observe se há ruídos internos
Enquanto estiver guiando o carro, fique atento também a ruídos internos que podem indicar falha na montagem das peças de acabamento, já que o carro é desmontado para fazer a blindagem. “Deve-se levar em consideração que um veículo blindado tem uma acústica interna maior do que um veículo comum em decorrência das mantas e da espessura dos vidros. Sendo assim, ruídos internos tais como rangidos de banco de couro, painel e acabamentos se tornam mais evidentes”, destaca Cortezi. E não se esqueça de checar as borrachas de vedação para evitar infiltrações e teste as travas das portas e o sistema de ar-condicionado – afinal, dificilmente você rodará com os vidros abertos em um carro blindado.
- Procure por problemas de alinhamento
Durante o test-drive com o carro, veja se ele “puxa” para algum dos lados ou se o volante trepida. Vale a pena verificar também se frisos e borrachas estão alinhados. E ao entrar e sair do veículo, observe se as portas se fecham perfeitamente, sem raspar no assoalho ou nas colunas. Faça o mesmo com a tampa do porta-malas. “É indicado que o veículo blindado passe o menor tempo possível de portas abertas para evitar que as mesmas cedam devido ao peso agregado”, aponta Cortezi.
- Ainda está na garantia?
A garantia padrão oferecida pelas blindadoras é de três anos, mas algumas empresas oferecem prazos maiores de até 15 anos, então é importante checar essa informação. “A garantia é usada, principalmente, devido à delaminação dos vidros. E se o veículo ainda estiver coberto, essa troca será feita sem custo para o cliente”, afirma Hernandez, da Hi-Tech Blindagens.
E como não existe prazo de validade para a blindagem, o importante é checar se as revisões periódicas estão em dia. Os prazos de revisão e os itens que devem ser checados não mudam. Ou seja, você deve seguir o mesmo cronograma do manual do proprietário do veículo. Porém, as revisões devem ser feitas em uma blindadora e não na concessionária.
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