26/01/2017 - Redação / Foto: Thiago Moreno / Fonte: iCarros
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O Dr. Dirceu Rodrigues Alves Júnior, diretor de Comunicação e do Departamento de Medicina de Tráfego Ocupacional da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego) alerta que esse odor contém vapores de substâncias tóxicas que podem trazer consequências que vão de simples sintomas a graves doenças.
Quais os riscos?
Segundo o especialista, com o calor e a exposição aos raios solar, as substâncias utilizadas na manufatura do interior do veículo, como plástico, cola, tinta, tecido, vinil, lubrificante, verniz, impermeabilizantes, etc., liberam vapores e é exatamente a mistura desses vapores que compõe o famoso "cheiro de carro novo". "Observe que a maioria dos itens utilizados nesse acabamento interno do veículo são oriundos do petróleo", completa.
Esses vapores são então compostos por tolueno, acetona, estireno, xileno e benzeno, entre outras substâncias. E elas irritam as vias respiratórias, pele, mucosa, olho, podendo ter repercussão à distância, algumas até potencialmente cancerígenas. Por isso, enquanto algumas pessoas têm prazer com esse odor, outras exibem sintomas desagradáveis como náusea, vômito, cefaleia, tontura, mal-estar, alergia, edema e queixa respiratória. "Torna-se importante lembrar que algumas dessas substâncias são teratogênicas (altera o desenvolvimento fetal) e cancerígenas", alerta o médico.
"Muitos centros de pesquisa, no mundo todo, têm mostrado concentrações altíssimas de produtos orgânicos voláteis. Após três semanas de uso do veículo (pesquisa feita na Austrália), por exemplo, encontra-se cerca de 64.000 microgramas por metro cúbico em alguns veículos. Tornam-se preocupantes valores acima de 500 microgramas por metro cúbico. Esse produto volátil mantém-se ativo durante longo período, caindo sua concentração em 60% após 30 dias de uso do veículo", afirma. "Não temos dados estatísticos com relação a pessoas que apresentam sinais ou sintomas quando em presença desses vapores dentro do veículo. Dificilmente uma pessoa com um desses sintomas que referimos acima iria relacionar os mesmos com o cheiro do carro."
Qual a ação dessas substâncias?
Benzeno: carcinogênico, atua sobre o sistema nervoso central, altera a produção de glóbulos brancos, altera a imunidade e hormônios e é teratogênico (altera o desenvolvimento fetal).
Acetona: irrita as mucosas e produz efeitos sobre o sistema nervoso central, além de broncoespasmos. Reduz ainda a frequência cardíaca e a temperatura corporal.
Tolueno, Xileno e Estireno: alteram o sistema nervoso central, ototóxico, teratogênico (altera o desenvolvimento fetal) deprime sistema nervoso central e periférico, altera a coordenação motora e memória, reduz concentração.
O que podemos fazer?
Dirceu lembra que ninguém precisa entrar em pânico nem usar máscara de proteção ao entrar no carro. Basta lembrar da alta concentração desses compostos no modelo zero-quilômetro e esperar ventilar o interior do veículo antes de entrar. E por quanto tempo é preciso ter essa precaução? "A concentração desses vapores ficará bastante reduzida após aproximadamente seis meses de uso", destaca o especialista.
Ele orienta ainda observar sinais e sintomas, principalmente com crianças, gestantes, idosos e portadores de doenças. Outras recomendações são:
- Evitar estacionar o veículo ao sol;
- Usar proteção no para-brisa, evitando sol no painel;
- Abrir as portas e deixar sair vapores antes de adentrar;
- Não usar ar quente ou frio com vidros fechados;
- Ventilar sempre, mantendo janelas abertas;
- Cuidado maior no transporte de crianças, idosos e gestantes;
- Cuidado com alérgicos, portadores de doença respiratória e outras doenças.
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