2016 deve seguir com vendas em queda e alta nas exportações

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“2015 foi um ano positivo apesar dos números negativos. A crise pela qual passamos não teve precedentes em profundidade e na junção com as questões políticas, que influenciaram o consumidor brasileiro e contaminaram a economia”, disse Luiz Moan, presidente da Anfavea. “As vendas em 2015 se equiparam ao patamar de 2007, enquanto a produção voltou ao nível de 2006”, completa.

O que esperar de 2016?

Para o próximo ano, a entidade prevê uma queda de 7,5% nos licenciamentos de veículos quando comparado a 2015, com redução de 7,3% considerando apenas os veículos e comerciais leves. A boa notícia é que a produção deve fechar com alta de 0,5%, segundo as projeções da Anfavea. Entre os veículos leves, a previsão é de queda de 0,1% na produção. Se as vendas vão cair, a produção se manteria praticamente estável em função das exportações, que devem subir novamente em 2016, fechando com alta de 8,1% frente aos números deste ano - para os veículos leves a alta prevista é de 7,7%.

Moan defende que as previsões são conservadoras. “Para essas projeções, usamos como referência os números do terceiro trimestre de 2015, que apresentou desempenho inferior ao quarto trimestre”, diz o presidente da Anfavea. E se os números não são muito animadores, Moan alerta que os primeiros três meses podem ser ainda piores: “Não tenho dúvidas de que janeiro, fevereiro e março terão quedas maiores do que os 7,5% previstos para o ano todo”.

A Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) foi um pouco mais otimista, prevendo queda de 5,2% nas vendas de veículos em 2016, com redução de 5,9% levando com conta apenas o segmento de veículos e comerciais leves.

Dezembro fechou com vendas em alta

O último mês de 2015 teve um ponto positivo: o aumento de 16,7% nos licenciamentos quando comparado a novembro do mesmo ano.  Foram vendidas 227,8 mil unidades. Esse número, porém, ainda está 38,4% abaixo do registrado em dezembro de 2014, que teve 370 mil unidades vendidas.

Para se adequarem ao ritmo de vendas, muitas fabricantes deram férias coletivas em dezembro, fazendo com que a produção registrasse queda de 18,4% em dezembro quando comparado a novembro e de 30% em relação a dezembro de 2014. “Foi preciso ajustar a produção à nova realidade do mercado interno e dos estoques, que estavam atingindo níveis inimagináveis. Com isso, voltamos ao volume de 2006”, afirma Moan. A boa notícia é que isso surtiu efeito e o estoque em dezembro fechou com 36 dias entre o modelo ser produzido e a sua venda considerando o ritmo de dezembro de 2015 – houve uma redução de seis dias no estoque em relação aos dados de novembro.

As exportações também desempenharam um papel fundamental, com 46.215 veículos exportados em dezembro e uma alta de 26,5% quando comparado a novembro e de 97,2% quando comparado a dezembro de 2014 - que teve 23.438 veículos exportados.

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